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Agrotec

Organização de colheita mecânica em olivais tradicionais

 Por: Arlindo Almeida1, Anabela Fernandes-Silva2

1 CIMO – Centro de Investigação de Montanha, Escola Superior Agrária, Instituto Politécnico de Bragança

2 CITAB – Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

RESUMO

A mecanização da colheita de azeitona é atualmente uma prática generalizada nos vários tipos de olivais: tradicionais, intensivos e em sebe. No Nordeste de Portugal predomina o olival tradicional com densidades de plantação de 100 a 240 árvores por hectare e idade superior a 30 anos. Nestes olivais o sistema de colheita mais utilizado baseia-se num vibrador de troncos e apara-frutos. Com este sistema de colheita é usual colher 70% a 90% da produção. A azeitona que fica na árvore é um problema. Para o resolver, muitos agricultores recorrem ao complemento com o tradicional varejamento manual. Desta forma aumenta o custo de colheita com o acréscimo de mão-de-obra e reduz-se a capacidade de trabalho (árvores/hora) do sistema de colheita mecânica. Em testes de campo, realizados em Trás-os-Montes, comparou-se o desempenho da colheita com o complemento do varejamento manual e o acréscimo de produção assim colhida, com o desempenho da colheita sem complemento de varejamento manual, apresentando-se agora os resultados.

INTRODUÇÃO

O sistema de colheita mecânica praticado nos olivais tradicionais que predominam no Nordeste de Portugal é constituído por um vibrador de troncos para o destaque dos frutos e um aparafrutos para a sua recolha, ambos montados no carregador frontal de um trator.

Com este sistema de colheita não se retira do olival a totalidade da produção. É usual colher 70% a 90% da azeitona (Sola-Guirado et al., 2018). Colher 80% a 85% da produção já é um objetivo razoável (Castro-Garcia et al., 2012).

É importante melhorar a eficiência da colheita mecânica, considerando-a como a percentagem de frutos removidos relativamente à produção total (Ferguson, 2006; Ravetti et al., 2014), a fim de obter melhor retorno líquido dos agricultores. A eficiência da colheita é um dos mais importantes fatores a considerar na colheita mecânica de azeitona para azeite (Ferguson, 2006). Para evitar essa perda de produção, os produtores costumam adotar métodos tradicionais de colheita por varejamento manual para retirar a azeitona que fica na árvore após o trabalho do vibrador de troncos. Desta forma aumenta o custo de colheita: (1) com o acréscimo de mão-de-obra e (2) com a redução da capacidade de trabalho (árvores/hora) do sistema de colheita mecânica. Esta redução da capacidade de trabalho é consequência do tempo que é necessário para o varejamento manual. É importante avaliar se a remoção por varejamento da azeitona, que fica na árvore após o trabalho do vibrador de troncos, tem um custo que compense esta operação complementar.

Com este objetivo foram realizados testes de campo que avaliaram a capacidade de trabalho (árvores/ha) deste sistema de colheita, através da cronometragem dos tempos elementares de trabalho. Nestes testes de campo comparou-se o desempenho da colheita com o complemento do varejamento manual e o acréscimo de produção assim colhida, com o desempenho da colheita sem complemento de varejamento manual.

Os resultados que se apresentam podem contribuir para uma melhor omada de decisão pelos agricultores.

Artigo publicado na edição n.º 46 da Revista AGROTEC.

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