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Agrotec

Investigadora elabora cartografia de colmeias

Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) vão permitir elaborar uma cartografia com a localização dos conjuntos de colmeias, dos melhores locais para produção de mel e dos pontos com contaminação a serem evitados.

Uma investigadora da Universidade de Lisboa, Raquel Alves, explicou que o projecto-piloto está a ser preparado para o concelho de Leiria e «consiste na aplicação de uma solução de software SIG, com a produção de uma infra-estrutura de dados parciais onde se vai fixar, por exemplo, a localização dos apiários e dos apicultores».

A geógrafa está a desenvolver o seu trabalho no âmbito de uma tese de mestrado em Sistemas de Informação Geográfica e Modelação Territorial Aplicados ao Ordenamento, do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa, com a colaboração da Federação Nacional dos Apicultores.

O projecto é um dos três finalistas da 4.ª edição do Prémio Terre de Femmes, da marca de cosmética Yves Rocher, que distingue mulheres portuguesas com iniciativas na área do ambiente e da sustentabilidade.

A vencedora do Prémio Terre de Femmes é anunciada esta quinta-feira e a distinção entregue numa cerimónia em Lisboa, que conta com a presença do presidente da Fundação Yves Rocher, Jacques Rocher.

O trabalho permite a elaboração de uma cartografia e também «analisar e avaliar as melhores soluções de modo a aumentar a qualidade e quantidade da produção apícola e será um benefício para a agricultura», referiu Raquel Alves à agência Lusa.

Será também analisada a proximidade de zonas com contaminação, como a agricultura intensiva, que podem afectar a actividade das abelhas e devem, portanto, ser evitadas.

A investigadora realçou a importância de conhecer a localização das colmeias e os pontos com condições mais adequadas para esta actividade, «importante para o homem e para o ambiente».

Uma localização adequada para a produção de mel deve de ter boas fontes naturais de néctar, melada e pólen, estar próximo de linhas de água e ter uma boa exposição solar.

Com conhecimento sobre os apiários é possível «promover acções preventivas que contribuam para o bom estado das colónias, essencial para ter uma boa qualidade e quantidade de produção de mel», defendeu a investigadora.

O concelho de Leiria tem 177 apiários e 81 apicultores. A organização do prémio refere que as abelhas são «o termómetro» do ambiente, e contribuem para a produção agro-florestal através da sua acção polinizadora.

É, por isso, «essencial que sejam valorizadas, pois 76 por cento da produção alimentar e 84 por cento das espécies vegetais da União Europeia dependem da polinização das abelhas», acrescenta.

Fonte: Lusa (via Confagri)