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Agrotec

Gestão sustentável do solo

A Nutriprado promoveu uma nova conversa com uma personalidade do setor, a Engenheira Gabriela Cruz, da APSOLO - Associação Portuguesa de Mobilização de Conservação do Solo. O Engenheiro Vasco Abreu representou a Nutriprado.

APSOLO Nutriprado

A engenheira começou a intervenção por agradecer o convite e fazer uma análise sobre a importância do solo. «Cerca de 95% da produção alimentar mundial provém do solo. Hoje em dia, há quem defenda novas técnicas como a hidroponia, mas não há como contornar esta situação do solo ser fundamental para alimentar a população humana», apontou.

«O solo fornece-nos nutriente, água, oxigênio e suporta as raízes das plantas», explicou, referindo que a FAO aponta que «a gestão sustentável dos solos pode aumentar em 58% a produtividade das culturas agrícolas».

«Quando falamos da gestão sustentável do solo, temos que ter um conjunto de princípio base e deles não podemos sair. Ou seja, temos que pensar em aumentar a matéria orgânica do solo, pois é ela que vai fazer com que os nutrientes do solo fiquem disponíveis para as plantas. Além disso, é muito importante manter a superfície do solo protegido, principalmente em países como Portugal», explicou, realçando que em zonas como o Alentejo, temos que «proteger o solo da temperatura, da radiação e da baixa humidade do ar».

A investigadora apontou, ainda, que temos que «promover a rotação das culturas» e «fazer um esforço muito grande para reduzir a erosão que é, em Portugal, a grande causa da baixa fertilidade dos solos». 

Gabriela Cruz acrescentou que a formação do solo é «longa e complexa» e que «um centímetro de solo que foi degradado demora, aproximadamente, mil anos a a formar-se novamente», explicando, em seguida, as especificidades da formação do mesmo.

A engenheira contou, também, que 1/4 da biodiversidade do nosso planeta habita nos solos, sendo que num metro quadrado de solo florestal podem encontrar-se mais de 1 000 espécies de invertebrados. Atualmente, aproximadamente 33% dos solos do nosso planeta estão moderada ou fortemente degradados devido à erosão, redução da fertilidade, acidificação, salinização, compactação e contaminação. Por exemplo, as perdas de produção anual de cereais devido à erosão atingem 7,6 milhões de toneladas.

Tendo em conta estes problemas, a engenheira explica que «na APSOLO, falamos em mobilização de conservação e em agricultura de conservação. A primeira consiste num vasto conjunto de práticas de mobilização cuja intensidade é inferior às práticas convencionais. Nesta mobilização, temos que manter uma cobertura do solo com resíduos de culturas. Com esta posição, pretendemos o aumento da infiltração da água e a diminuição da erosão». 

Já a agricultura de conservação consiste numa abordagem à agricultura regenerativa e sustentável que assenta em três princípios:

  • Distúrbio mínimo do solo/sem mobilização - Não mobilização, sementeira direta ou mobilização na linha;

  • Cobertura permanente do solo - Palha, restolho e culturas de cobertura;

  • Diversificação de culturas - Rotações, sequências e/ou consociações de culturas económica, ambiental e socialmente adaptadas.

Pode encontrar a reunião com a Engenheira Gabriela Cruz por completo na página do Facebook da Revista Agrotec. Pode ainda encontrar os artigos sobre a reunião com José Manuel Abreu, empresário agrícola e membro ativo da SPPF, e a reunião com Paula Carvalho, sub-diretora geral da DGAV.  Pode aceder às reuniões anteriores, com o Engenheiro Francisco Abreu e o Engenheiro Benvindo Maçãs, no canal de youtube da Nutriprado

A Nutriprado é uma empresa pioneira no apoio especializado para a instalação de prados. O seu objetivo passa por dar, na medida do possível, elementos de esclarecimento para que os agricultores possam escolher da melhor maneira as suas variedades.