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Agrotec

Exportações agrícola aumentaram mais que importações entre 2006 e 2011

As exportações de produtos agrícolas aumentaram mais do que as importações entre 2006 e 2011, destacando-se o vinho, com metade do valor total, e o acréscimo do azeite e dos frutos e hortícolas, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).

No entanto, o saldo da balança comercial agravou-se neste período, apresentando um défice de 1,3 mil milhões de euros. O vinho representou 50,1 por cento do valor total das exportações, com 658 milhões de euros em 2011, seguindo-se o azeite, com 7,5 por cento, cujo acréscimo de valor, mais 102 milhões de euros, ultrapassou o do vinho. Salienta-se igualmente o bom desempenho dos frutos frescos e hortícolas, cujas exportações representam já um sexto da produção total.

As exportações agrícolas para o mercado comunitário aumentaram 6,3 por cento e para o mercado extracomunitário 11,4 por cento, destacando-se as exportações para os PALOP que quase duplicaram de valor entre 2006 e 2011.

No caso do Brasil, as exportações, constituídas sobretudo por azeite, pêras e vinho triplicaram de valor, enquanto para o mercado angolano vende-se essencialmente vinho, que representou, em 2011, 81,5 por cento do valor total das exportações agrícolas para aquele país.

Espanha e França foram os principais fornecedores de produtos agrícolas neste período, destacando-se ainda as importações dos Estados Unidos da América (EUA) e do Canadá, sobretudo sementes de oleaginosas, colza e soja, e cereais, milho e trigo, que, desde 2006, quadruplicaram e sextuplicaram o seu valor.

A indústria alimentar que gerou um valor médio de produção de 10,8 mil milhões de euros entre 2006 e 2010 representou, em média, 7,9 por cento do valor das importações nacionais e 5,2 das exportações, apresentando um saldo deficitário de 2,8 mil milhões de euros no período 2006-2011.

A disponibilidade interna de conservas de peixe e de frutas e hortícolas transformados é suficiente para garantir a segurança alimentar, mas nos produtos de pesca processados, ou seja, preparados, congelados, secos e salgados, é inferior a 50 por cento.

Espanha é o principal fornecedor de produtos alimentares, e, simultaneamente, o principal cliente das exportações de alimentos portugueses, 43 por cento em média entre 2006 e 2011, mas as exportações para Angola, das quais cerca de metade são relativas a óleos e gorduras e produtos à base de carne, foram as que mais cresceram.

Em 2011, as exportações alimentares para Espanha atingiram os 1.057 milhões de euros, com Angola a chegar aos 335 milhões.

Os produtos de pesca, que representam cerca de oito por cento da produção da indústria alimentar geraram, entre 2006 e 2010, um valor anual médio de produção de cerca de 560 milhões de euros, com o grau de auto-suficiência a rondar os 82 por cento na generalidade dos grupos, como peixes frescos e crustáceos, entre outros, mas a ultrapassar os 100 por cento nos moluscos.

Portugal continua a apresentar um saldo deficitário da balança comercial, mas as exportações de peixe fresco e refrigerado evoluíram favoravelmente entre 2006 e 2011, crescendo a um ritmo médio anual de 11,3 por cento que representa um acréscimo de valor de 56,3 milhões de euros. No entanto, as importações aumentaram também, com um crescimento médio anual de 3,7 por cento.

O principal cliente das pescas nacionais é Espanha, absorvendo mais de 80 por cento do total, seguindo-se Itália, EUA, França e Japão, que procura essencialmente atuns.

No campo das bebidas, exceto vinho, o grau de autossuficiência aumentou atingindo 96 por cento em 2010, destacando-se o crescimento da exportação de cerveja, com mais 90 milhões de euros entre 2006 e 2011, correspondentes a mais 72,7 por cento, mas também de bebidas não alcoólicas, incluindo refrigerantes, que tiveram um aumento de 43 milhões de euros, mais 84,6 por cento.

Espanha voltou a ser o principal fornecedor de bebidas a Portugal, mas Angola foi o principal mercado de destino, chegando quase aos 50 por cento do total em 2011.

Fonte: Lusa (via Confagri)