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Agrotec

Estudo da Comissão faz previsão “catastrófica” sobre leite na Europa

Um estudo da Comissão Europeia sobre o impacto do fim quotas leiteiras, conhecido no final da semana passada em Bruxelas, constitui uma previsão “absolutamente negra e catastrófica” para o sector leiteiro na União Europeia e apenas a Dinamarca e a Holanda, segundo o documento, “vão conseguir, efectivamente, manter a sua produção a um nível de sustentabilidade”.

Uma primeira versão deste estudo causou grande apreensão entre os deputados do PPE – Partido Popular Europeu (o maior partido com assento no Parlamento Europeu) numa reunião que realizaram em Bruxelas para analisar os ‘dossiers’ da reforma da Política Agrícola Comum que vão a votação na próxima semana.

Fica claro neste estudo da Comissão Europeia que o sector do leite de regiões como os Açores, mais afastadas dos mercados, pode ser “arrasado” pelo fim das quotas leiteiras – uma perspectiva nunca afastada pelos responsáveis políticos na Região que agora constitui uma preocupação mais evidente.

A deputada do PSD/Açores ao Parlamento Europeu, Maria do Céu Patrão Neves, faz parte do PPE, no Parlamento Europeu, e esteve na reunião dos deputados responsáveis pela área da agricultura. Durante este encontro, a deputada açoriana apresentou uma emenda no âmbito do ‘dossier’ da Organização Comum dos Mercados da reforma da Política Agrícola Comum a pedir que as quotas leiteiras se prolonguem até 2020 e não terminem em 2015 como está previsto.

Maria do Céu Patrão Neves considera que “é uma precipitação e uma irresponsabilidade avançar com o fim das quotas em 2015” quando existe o estudo da Comissão Europeia a dizer que o fim das quotas “traça um cenário negro para o sector leiteiro na Europa. No mínimo isso significa que precisamos de mais tempo para repensar o sector leiteiro e criar medidas que sejam eficazes para todos os estados membros e para os Açores para que a produção leiteira consiga sobreviver”.

“Foi por isso”, explicou, que “fiz a emenda exigindo que se prolongue o período de vigência das quotas até 2020 precisamente porque nós não temos informação suficiente sobre o que é que vai acontecer no após quotas nem temos mecanismos suficientes para garantir que a produção leiteira europeia vai sobreviver no pós quotas. Pela informação que nós temos, até que não vai”, completou. “Não podemos persistir neste erro”, concluiu a deputado do PPE.

Fonte: ANIL/Correio dos Açores (via Confagri)