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Agrotec

AIRS: o projeto que junta agricultura e inovação

As alterações climáticas levam, cada vez mais, a uma maior incidência de eventos extremos, o que em Portugal resultou em mais tempestades no inverno, verões mais quentes e períodos de seca mais longos. Uma forma de mitigar as alterações climáticas é a transição para métodos de agricultura mais sustentáveis, com o principal objetivo de um uso consciente dos recursos naturais e sintéticos, de maneira a reduzir o impacto ambiental e otimizar os custos de produção. O uso consciente destes recursos pode ser realizado com a adoção de ferramentas da Agricultura 4.0, como a digitalização, a inteligência artificial e a agricultura de precisão.

O projeto AIRS (Agriculture Innovation using Remote Sensing) pretende combinar as áreas da inteligência artificial e da deteção remota para criar uma solução tecnológica que permita monitorizar a fitossanidade do caso particular da vinha, usando imagens de satélite obtidas pela Agência Espacial Europeia (ESA).

Este projeto terá como principal ponto de inovação o uso de imagens de alta resolução espacial (adquiridas por Veículos Aéreos Não Tripulados - VANTs) para aumentar a resolução de imagens provenientes do satélite Sentinel-2, utilizando inteligência artificial. Assim, ao fornecer informação sobre - quando e onde - as plantas necessitam de água e nutrientes, o AIRS permitirá numa otimização e gestão eficiente de recursos agrícolas na vinha (água e nutrientes), o que, por sua vez, conduzirá a uma maior resistência a variações das condições meteorológicas (mais frequentes devido às alterações climáticas).

Os resultados serão disponibilizados e integrados numa plataforma de serviços digitais para Portugal, proporcionando aos agricultores uma forma eficaz de monitorizar a saúde das suas culturas.

Contando com a parceria entre a empresa TeroMovigo, a Universidade da Beira Interior (UBI) e o Laboratório Colaborativo Food4sustainability (F4S CoLAB), o projeto AIRS foi aprovado pelo programa PROMOVE “la caixa” em outubro de 2022. A TeroMovigo é a entidade coordenadora do projeto e é responsável pela execução das observações com os drones sobre as vinhas a estudar.

Além disso, ajudará a UBI a desenvolver a metodologia da super-resolução e a preparar as imagens de satélite em colaboração com o F4S CoLAB. O Departamento de Informática da UBI será responsável pelo desenvolvimento do método de super-resolução para imagens de satélite, utilizando imagens de alta resolução obtidas com drones para treinar redes neurais profundas. Além disso, supervisionará o trabalho de identificação das plantas nas novas imagens e avaliará os índices vegetativos calculados para estas imagens.

O F4S CoLAB será a principal interface com a comunidade agrícola. No âmbito deste projeto, o F4S organizará campanhas regulares para fazer medições in-situ que serão utilizadas para validar os índices vegetativos calculados a partir das imagens de satélite. Além disso, o F4S ajudará na divulgação e transferência de conhecimento, através da organização de workshops e dias de campo para divulgar os resultados do projeto à comunidade. A área de estudo do projeto será cedida pela Adega Cooperativa de Pinhel, com a coparticipação dos seus associados.