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Agrotec

Agro+Eficiente: valorização de recursos genéticos tradicionais - novas culturas e gestão de água de rega em contexto de alterações climáticas

Ana Rita Trindade1,2,*, António Marreiros3, Amílcar Duarte1,2, Alcinda Neves1, Pedro José Correia1,2, Carlos Guerrero1,2, Diamantino Trindade4, José Tomás3, Maria de Belém Freitas1,2, Luís Cabrita3

1 Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade do Algarve, Campus de Gambelas

2 MED, FCT, Universidade do Algarve, Campus de Gambelas

3 Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve / DRAP Algarve

4 Mil Plantas, Sítio do Pereiro

* artrindade@ualg.pt

RESUMO

Atualmente, a fruticultura do Algarve apresenta considerável diversidade de culturas. No regadio, os citrinos têm a maior expressão, seguidos dos abacateiros, ainda em expansão. De outra perspetiva, o chamado pomar tradicional de sequeiro’, constituído pela amendoeira, a alfarrobeira, a figueira e a oliveira, continua a ocupar áreas significativas, embora só a alfarrobeira mantenha um papel economicamente relevante. A preocupação com a precipitação decrescente dos últimos anos obriga à procura por técnicas para melhoria da eficiência do uso da água, na atividade agrícola da região. Maior racionalidade na utilização deste recurso pode ser alcançada através de técnicas inovadoras, como é o caso da rega deficitária, aplicada em fases especifícas de desenvolvimento de cada cultura, ou pela adoção de práticas culturais mais conservativas. Também a utilização de espécies menos exigentes em rega, tanto as tradicionais mais produtivas e resilientes, como as novas, deve ser estudada.

INTRODUÇÃO

A escassez de água no Algarve sempre limitou o desenvolvimento da agricultura da região, sendo essa uma das razões pela qual a fruticultura tradicional assenta no denominado ‘pomar tradicional de sequeiro’. Dele fazem parte culturas naturalmente mais resistentes à secura, tais como a amendoeira, a alfarrobeira, a figueira e a oliveira. Com o desenvolvimento do regadio e das tecnologias de produção, as culturas regadas como os citrinos, os abacateiros, as romãzeiras ou os dióspiros, ganharam importância significativa na agricultura e, consequentemente, na economia algarvia. Para além disso também os pequenos frutos (framboesa e amora) continuam presentes e a desempenhar um papel importante na exportação de produtos agrícolas (INE, 2021).

Atualmente, resultado das alterações climáticas, têm-se verificado simultaneamente uma diminuição da precipitação e um aumento da evapotranspiração, fruto das temperaturas mais elevadas. Estes fenómenos acabam por originar períodos de seca mais frequentes, prolongados e até, mais severos (Sánchez et al., 2004). Para além disso, também a capacidade produtiva e os ritmos fisiológicos e biológicos das plantas poderão ser afetados (Rocha et al., 2020). Em consequência, a água (ou a falta dela) representará, necessariamente, maiores encargos em termos de custos de produção. Deste modo, é necessário fomentar uma adaptação a estas novas condições e aumentar a eficiência dos recursos hídricos (Chavez-Jimenez et al., 2015) da região, reajustando as operações culturais e direcionando-as para a maximização da capacidade produtiva das culturas.

Artigo publicado na edição n.º 47 da Revista AGROTEC.

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