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Agrotec

UE impõe regras aos agricultores que não impõe aos bens importados

Primeiro-Ministro disse também que é preciso inverter o aumento da dependência alimentar do exterior

O Primeiro-Ministro Luís Montenegro disse que os agricultores se sentem injustiçados por as regras da União Europeia encarecerem os seus preços, quando depois a UE importa produtos de países exteriores que não respeitam essas regras e têm preços mais reduzidos.

No seu discurso na Ovibeja, em Beja, Luís Montenegro referiu que "impomos a nós próprios regras restritivas, mas, depois, deixamos que os nossos consumidores possam ter nas prateleiras produtos que vêm de outras geografias onde essas regras não são impostas", e os consumidores vão "alegremente pagando preços que são metade ou menos" do que os dos produtos agrícolas europeus.

"Estamos a pagar pelo desrespeito das regras ambientais e a prejudicar a nossa própria saúde, por via das nossas ações. Não faz sentido e é preciso atalhar este problema com coragem no País e na Europa", afirmou, acrescentando que o Governo vai esforçar-se por «estar à altura da responsabilidade de ter equilíbrio» nestas políticas quer ao nível nacional, quer ao nível da União Europeia.

"Não estamos a defender um protecionismo europeu. Estamos a defender que haja justiça no comércio internacional, regras de compromissos no mercado internacional e uma consciência de equilíbrio", sublinhou.

Equilibrar a balança

O Primeiro-Ministro afirmou também que Portugal tem capacidade para aumentar soberania alimentar e inverter a subida do défice da balança comercial neste setor.

"Tínhamos um défice comercial do ponto de vista alimentar, em 2014, de 1 148 milhões de euros e que atingiu, no ano passado, 3 647 milhões de euros. Triplicou em menos de 10 anos", referiu.

Contudo, o País tem "potencial natural na agricultura e nas pessoas para ter mais autonomia" e inverter esta situação de desequilíbrio. "Temos um país com grande potencial do ponto de vista territorial, agricultores que têm conhecimento, capacidade, tecnologia e vontade e temos um mercado que podemos alimentar com os nossos próprios recursos, quer europeu, quer nacional", disse ainda.

Luís Montenegro, que foi acompanhado pelos Ministros do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, e da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, disse igualmente que a agricultura e o ambiente têm de ser "tratados em conjunto e em equilíbrio".

"É possível, ao mesmo tempo, termos sustentabilidade ambiental e estarmos na linha da frente dos objetivos da transição ecológica e termos economia, produtividade, capacidade de conquistar mercados e de importar menos e exportar mais", disse ainda.

Fonte: Portal XXIV Governo Constitucional