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Agrotec

Opinião: Impacto dos atrasos nas sementeiras de milho na região do Ribatejo

Com as condições atmosféricas a atrasar as sementeiras de milho na região do Ribatejo, temos sentido muitos receios por parte dos agricultores da AGROMAIS, que certamente se generalizam aos restantes agricultores da região.

Esses receios prendem-se sobretudo com os possíveis impactos na produtividade decorrente dos atrasos na colheita e com a dificuldade em utilizar sementes de ciclo FAO 600 nas sementeiras de meados de Abril e, principalmente, durante o mês de Maio.

No entanto, se recuarmos alguns anos, percebemos que os ciclos FAO 600 eram semeados exatamente neste período, e a colheita era realizada na mesma altura – Setembro/Outubro – com um valor de humidade ligeiramente superior, mas com bons níveis de produtividade.

Como exemplo, num milho de ciclo FAO 600, temos previsivelmente a seguinte calendarização produtiva:

  • Sementeira: 1 de Maio
  • Floração: entre 29 de Junho e 9 de Julho (a floração ocorre 60 a 70 dias depois da sementeira)
  • Maturação: entre 7 e 17 de Setembro (a maturação ocorre 60 a 70 dias depois da floração)

É verdade que os últimos anos, que decorreram particularmente secos, permitiram iniciar as sementeiras durante o mês de Março; inclusive, em 2012, nos primeiros dias de Março já existia uma área considerável semeada. Ao semear cedo, os agricultores habituaram-se a colher o milho com humidades baixas mas com a desvantagem de ocorrerem mais perdas na colheita.

De facto, o milho é uma planta C4, ou seja, com uma elevada resposta aos níveis de radiação. Por isso, as sementeiras em Maio têm a vantagem de “dar ao milho” dias mais longos, o que favorece o desenvolvimento mais rápido da cultura.

É por isso, a nossa convicção que apesar das sementeiras serem mais tardias, se irá massificar a utilização de sementes de milho FAO 600, mantendo o potencial de produção e a época de colheita.

No caso da AGROMAIS, e apesar da instabilidade nos preços mundiais decorrente das intenções de sementeira nos EUA, sentimos que os agricultores continuam motivados para que possamos manter a liderança nacional na produção de milho, tentando ultrapassar as 108.000 toneladas de produção do ano passado. Como sempre, crescendo em equipa!

Susana Covão (Coordenadora Técnico-Comercial da Agromais)

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