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Agrotec

Novo portal do clima vai fornecer dados meteorológicos gerais, adaptados a vários sectores

O portal do clima vai disponibilizar informação meteorológica e apontar cenários futuros, com dados trabalhados para diferentes sectores, de modo a ajudar a programação da actividade agrícola, turística ou da construção, disse o presidente do IPMA.

A informação de alterações climáticas do novo portal, disponível a partir de Setembro, será “multidisciplinar, clara, completa e simples de compreender, corresponde ao melhor nível científico possível e é gratuita”, explicou Jorge Miranda à agência Lusa.

O presidente do Instituto do Mar e Atmosfera salientou que os dados são transmitidos “com o máximo de franqueza possível para quem faz investimentos ou tem de tomar decisões sobre a sua organização de vida ou de empresa”.

O projecto, apoiado pela Agência Portuguesa do Ambiente e que junta quase todos os laboratórios de Estado, estará a funcionar, com dados mais gerais, em Setembro, e com informação adaptada a cada sector, no primeiro trimestre de 2014, segundo as previsões do director de Meteorologia e Geofísica do IPMA, Pedro Viterbo.

O grupo de impactos sectoriais da mudança climática, com os especialistas dos laboratórios de Estado das áreas da agricultura, pescas ou saúde pública, terá a sua primeira reunião de trabalho na terça-feira.

“O IPMA vai pôr em cima da mesa toda a informação que tem em termos de alterações climáticas, da forma mais detalhada”, sobre os vários elementos, da chuva ao vento e temperaturas, e tentar definir cenários que são utilizados por cada sector, para programar a sua actividade, disse à Lusa Pedro Viterbo.

Os técnicos vão fazer projecções para o futuro distante, para períodos de 20 a 100 anos, acrescentou.

Na agricultura, por exemplo, a maior parte das actividades depende da meteorologia, da disponibilidade da água nos solos, da ocorrência de precipitação nos momentos certos, do número de horas de frio durante a noite ou do número de dias de sem chuva.

Nas florestas, o clima interfere “essencialmente nas pragas e na tolerância aos fogos, ou incidência dos incêndios”, disse o especialista.

Também no sector energético, a informação sobre o comportamentos dos rios é decisiva para a localização das barragens, e as condições meteorológicas podem definir se os cabos de transmissão de energia são aéreos ou enterrados em determinado local, como exemplificou o presidente do IPMA.

“Vamos pôr num portal da internet toda a informação do passado e para o futuro. No final de 2014, temos o estado desse ano em comparação com os últimos 160 anos, e apontamos para características dos próximos anos” com base em modelos matemáticos, mas “com um grau de incerteza associada”, resumiu Pedro Viterbo.

Fonte:  Lusa (via Agroportal)