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Governo admite que recorrer a trabalhadores em ‘lay-off’ para trabalho agrícola é uma possibilidade

A ministra da Agricultura assegurou que o Governo está empenhado na atualização das medidas excecionais, e adiantou que os trabalhadores em regime de lay-off poderão suprir a falta de mão-de-obra do setor.

Agricultura

«Estamos a trabalhar com o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social numa alteração legislativa que permita que os trabalhadores em regime de lay-off possam vir para a agricultura e fazer face às eventuais dificuldades de mão-de-obra que o setor possa ter», revelou Maria do Céu Albuquerque, em visita ao Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL), em Loures.

De acordo com a ministra, o Governo está a negociar com a Comissão Europeia algumas medidas, entre as quais a utilização de campos em pousio para a produção de cereais e de pastorícia, setores em que Portugal «tem algumas deficiências na produção».

«Não somos autossuficientes em cereais, seja para alimentação humana ou animal, e esta medida tem especial importância para que, num futuro próximo, possamos ter uma reserva adicional para suprir eventuais necessidades», explicou.

Entre outras medidas a ser negociadas com a Comissão Europeia, estão a destilação de crise, «para fazer face aos problemas que o setor do vinho vai sentindo», e o armazenamento do privado, «fundamental para o setor da produção da carne e dos queijos de pequenos ruminantes».

A ministra sublinhou a importância de algumas medidas já tomadas, como a colocação dos mercados grossistas disponíveis para o público em geral ou a alteração da portaria que regula os circuitos curtos.

«Alterámos a portaria que regula os circuitos curtos, através da elaboração de mercados locais e cabazes, que estavam circunscritos aos grupos de ação local e, hoje, as associações de produtores, cooperativas e unidades intermunicipais, através das Câmaras e Juntas de Freguesia, podem ter acesso», apontou.

Após visitar um pavilhão do setor hortifrutícola, um dos «mais fragilizados neste momento», Maria do Céu Albuquerque reconheceu o trabalho efetuado por toda a cadeia de abastecimento alimentar para que nada falte nas casas portuguesas.

«A primeira palavra é de reconhecimento a todos aqueles que se têm empenhado para que, neste período de enorme restrição, nada tenha faltado», realçou.

A ministra realçou a necessidade de adaptação «para ir ao encontro do consumidor e organizar a produção», tendo na campanha “Alimente quem o alimenta”, lançada em 30 de março, e no desenvolvimento de uma plataforma de venda ‘online’, para «facilitar a relação entre quem produz e quem consome», alguns exemplos de atuação.

FONTE: Lusa