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Agrotec

Cultivar espargos em Portugal

Nos últimos dois anos tem aumentado significativamente o número de empresários agrícolas interessados na cultura do espargo e a área vem-se expandindo. Contudo, nem sempre com o desejado e merecido sucesso.

espargos

Por: Bernardo Madeira / Lurdes Gonçalves

Contamais Consultoria | www.contamaisconsultoria.wordpress.com

Esta cultura é de grande interesse, recomendada desde há muito tempo, mas de forma devidamente ponderada, pois há inúmeras variáveis a ponderar.

Com a cultura do espargo hortícola consegue-se:

• substituição das importações (o país é deficitário);

• trabalhar com um produto com elevado valor agregado (sobretudo mão de obra e produção temporã).

Apesar de não ser uma cultura com tradição em Portugal, esta planta é nossa conhecida desde há séculos, não só por ocorrerem espécies nativas de espargo nas nossas matas mas, também, porque desde há muito que foi importada a sua cultura.

Apesar de ser uma planta que se adapta a uma ampla gama de condições climáticas, e virtualmente ser possível produzir em qualquer uma das nossas regiões, tem-se uma noção clara que, do ponto de vista económico, há regiões do país onde ela é mais interessante e outras onde produzir pode ser um desfio económico.

Do ponto de vista climático (consultar AGROTEC 5 e 6) as melhores condições para o espargo são encontradas nas regiões quentes no verão mas de influência marítima, isto é, uma faixa litoral que se estende bastante para o interior, mas que exclui o norte litoral que, por sua vez, sendo demasiado húmido e fresco acaba-se revelando menos interessante para a planta e menos ainda para a cultura, por implicar maior incidência de doenças e pragas.

O clima também influi na performance económica, zonas demasiado quentes ou onde o frio seja excessivo acabam por, no primeiro caso, resultar em produções menores por hectare, por haver deficiente diferenciação dos turiões, e no segundo caso, a produção dar-se em momento em que os preços são mais baixos.

mapa

Mapa de aptidão para a cultura do espargo em Portugal continental: 1 Mais interessante; 8 menos interessante. (variáveis:clima; solo; orografia; economia).

Ou seja, a produção temporã é, também, um dos requisitos para o sucesso de quem quer cultivar espargos. Este último requisito acaba empurrando a cultura para Sul de Portugal, tal como em Espanha, a cultura também é mais interessante nas regiões de primavera mais quente e que permite colher antes da Europa central, sendo comum, em Espanha, investir-se na cultura em camas aquecidas, estufins e abrigo para se alcançar a pretendida precocidade.

Outro aspeto de enorme importância é o solo. O espargo é uma cultura que, por um lado, acaba fugindo dos solos ricos em matéria orgânica, e dos excessivamente argilosos, com má drenagem interna. A má drenagem é um inimigo do espargo por fazer proliferar alguns fungos radiculares bastante perigosos para a cultura, por outro lado, sendo solos pesados, a planta tem maior dificuldade em emergir, resultando turiões mais fracos, por vezes até deformados.

Leia o artigo na íntegra no n.º 17 da revista AGROTEC.

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