Avaliação do sistema de condução de tomate enxertado em cultura protegida na produtividade e qualidade dos frutos
A produção intensiva de culturas protegidas, nomeadamente de tomate, com uma forte utilização de fertilizantes e pesticidas químicos de síntese e de repetição anual da cultura no mesmo solo, tem causado diversos problemas graves ambientais e de produção.
Um dos principais problemas tem sido a incidência de doenças causadas por fungos de solo e de pragas como os nemátodos. Deste modo, a enxertia de plantas apresenta-se como uma prática cultural de grande interesse, nomeadamente para o modo de produção biológico.
Reconhecendo a enxertia, enquanto recurso a ser desenvolvido, como mais seguro para o ambiente, para o maneio, para o consumidor e consequentemente para a produção e alcance das metas do mercado atual, o presente estudo teve como objetivo, avaliar o sistema de condução de tomate enxertado em cultura protegida na produtividade e qualidade dos frutos comparando os modos de condução a 2, 3 e 4 hastes a partir dos nós das primeiras folhas definitivas e em 2 hastes a partir dos nós das folhas cotiledonares.
A cultivar de tomate foi, Vinicio e o porta enxerto Multifort. O ensaio decorreu na estação primavera/verão, numa estufa em Santo Tirso e o desenho experimental foi de blocos casualizados, com 4 tratamentos e 3 repetições.
A produção total foi significativamente superior para as plantas de tomate com o sistema de condução a 2 hastes (26,5 kg), em comparação com plantas de 3 e 4 hastes (19,5 kg m-2). O calibre entre 57-102 mm representou 96,3% da produção total e esta foi semelhante em todos os tratamentos.
A qualidade dos frutos não foi influenciada pelos sistemas de poda e os valores médios para as características do fruto analisadas foram: firmeza (1,0 kg), teor de sólidos solúveis (5,1°Brix), acidez total (0,3 g 100g Pf-1), pH (4,4), matéria seca (4,9%) e frutos sem defeitos (90,9%). Em síntese, o sistema de condução de tomate enxertado em 2 hastes compensa, em comparação com o sistema de condução em 3 e 4 hastes.
Os resultados similares obtidos com as plantas conduzidas em 2 hastes a partir dos nós das folhas cotiledonares e dos nós das primeiras folhas definitivas, sugerem que as primeiras não devem ser recomendadas devido às maiores exigências ao nível do seu manuseamento no viveiro.
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