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Agrotec

Avaliação da composição físico-química do músculo de vitelos da raça Cachena em modo de produção biológico e convencional

A Cachena é uma raça bovina de alta montanha de reduzido porte e elevada rusticidade que se encontra em vias de extinção. A sua produção encontra-se associada a sistemas silvo-pastoris com utilização de brandas e inverneiras, indo de encontro aos princípios preconizados pela agricultura biológica.

Cachena

A avaliação da qualidade da carcaça e da carne e sua divulgação, contribuem para a valorização da raça em modo de produção biológico (MPB) e convencional (MC). O presente trabalho teve por objectivo o estudo de atributos da carcaça e da carne de vitelos da raça Cachena criados em MPB e em MC. Neste estudo foram utilizados 10 vitelos machos de raça Cachena, 3 em biológico (Vb) e 7 em convencional (Vc), abatidos entre março de 2010 e janeiro de 2011, com idade compreendida entre os 7 e os 9 meses.

Efetuaram-se medidas lineares na meia-carcaça esquerda, tendo-se determinado o pH, cor, capacidade de retenção de água (perda por gotejo), a composição química (humidade, proteína, lípidos totais e cinza) e o perfil dos ácidos gordos em amostras da 10ª costeleta do Longissimus thoracis. As carcaças apresentaram pesos (Vc = 83.80 kg e Vb = 77.70 kg), com compacidade reduzida (ICCc=0.9 vs ICCb=0.8), e com pernas pouco espessas relativamente ao seu comprimento (ILTPc=3.7 vs ILTPb=3.9).

Nos atributos físicos da carne não se detectaram diferenças significativas entre os dois modos de produção, salientando-se os elevados valores de luminosidade - L (40.46 Vc vs 42.2 Vb) e de índice de vermelho - a* (20.26Vc vs 22.07Vb).

A carne dos vitelos Vb apresentou um teor em gordura superior ao Vc (2.65% vs 1.2%), não se tendo verificado diferenças no teor de proteína, humidade e cinzas. Resultados preliminares demonstraram que o efeito combinado entre a raça e o sistema de produção biológico, contribuíram para a produção de um padrão nutricional favorável à saúde humana, realçando-se os PUFA de cadeia longa, o conteúdo elevado de ácido oleico (35.67%) e CLA (0.62), e o rácio n-6:n-3 (3.96). No entanto o rácio de PUFA:SFA (0.11) foi inferior ao recomendado.

Os resultados relativos ao estudo do perfil dos ácidos gordos nesta raça terão que ser aferidos, prosseguindo a quantificação dos ácidos gordos num número superior de amostras ao que foi analisado neste trabalho.

Consulte a dissertação completa aqui.

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