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Agrotec

Valpaços com quebra de 50% na produção de castanha

Filipe Pereira, da Associação Regional de Agricultura das Terras de Montenegro, assegura que este ano deverão ser colhidas «cerca de quatro a cinco mil toneladas de castanha».

castanha

Feira da Castanha de Carrazedo de Montenegro ajuda a divulgar e a escoar este fruto seco, entre esta sexta-feira e domingo, num ano marcado pela quebra da produção em cerca de 50% no concelho de Valpaços.

Neste município do distrito de Vila Real, muitas famílias têm na castanha a principal fonte de rendimento e estão preocupadas com a quebra de produção que, esta época, ronda os 50% devido à falta de água e ao verão prolongado.

Filipe Pereira, da Associação Regional de Agricultura das Terras de Montenegro (ARATM), disse à agência Lusa que o ano está a ser difícil devido à seca que provocou uma quebra na produção, afetando os cerca de 600 associados desta organização.

De acordo com o responsável, este ano deverão ser colhidas «cerca de quatro a cinco mil toneladas de castanha». Para além da quebra de produção, o tempo quente e a falta de água secaram árvores deste fruto.

No entanto, Filipe Pereira realçou que a chuva que, entretanto, caiu na região ajudou à melhoria da qualidade do fruto que, garantiu, «é normal».

Também o presidente da Câmara de Valpaços, Amílcar Almeida, garantiu a qualidade da castanha do concelho, maioritariamente da variedade judia, e considerou, por sua vez, que o aumento do preço de venda do produto, que «ronda os 2.50», vai ajudar na manutenção dos rendimentos dos produtores das terras frias de Montenegro.

«A castanha é o fruto por apetência no concelho de Valpaços, representa mais de 50 milhões de euros de volume de negócios por ano. Em anos médios temos uma produção anual superior a 15 mil toneladas», salientou.

O autarca frisou que «tem havido uma aposta considerável no setor» e adiantou que «cada vez mais os terrenos são desbravados para plantação de soutos».

O presidente realçou, no entanto, a necessidade de se apostar cada vez mais na transformação da castanha no concelho, para que as «mais-valias fiquem» no território e se criem «mais postos de trabalho».

«Temos já uma indústria, em Carrazedo de Montenegro, que resultou de um investimento conjunto italiano e português e que, no ano passado, já faturou cerca de oito milhões de euros», exemplificou.

Para ajudar a promover, divulgar e ajudar a escoar este fruto foi lançada há mais de duas décadas a Feira da Castanha de Carrazedo de Montenegro - Castmonte, na área de produção da denominação de Origem Protegida (DOP) da Padrela.

A edição deste ano realiza-se entre sexta-feira e domingo.

«A feira tem ajudado na concretização de negócios», salientou Filipe Pereira.

Pelo recinto da Feira da Castanha vão espalhar-se 80 stands de venda de castanha e derivados, como bolos ou compotas, ainda de vinho, azeite, mel, licores e artesanato. A principal atração continua a ser o bolo de castanha com 600 quilos que será dado a provar no domingo à tarde.

«Estamos empenhados em melhorar o evento de ano para ano e a aposta tem-se revelado frutífera. É uma das marcas do concelho e da região e, apesar da diminuição de produção devido ao calor que todos sabemos, a qualidade está garantida», concluiu o presidente da Câmara de Valpaços, Amílcar Almeida. 

Fonte: Lusa