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Universidade de Évora estuda se é útil poda mecânica nos pomares de pêra rocha do Oeste

A Universidade de Évora está a avaliar as vantagens ou desvantagens da aplicação da poda mecânica em pomares de pêra rocha na região Oeste, num projecto inovador com a organização de produtores Cooperfrutas e a produtora Cidália Tomás.

Um dos docentes da academia alentejana que faz parte da investigação, António Bento Dias, do Departamento de Engenharia Rural, disse à agência Lusa tratar-se de um projecto no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER) e liderado pela Cooperfrutas.

A poda mecânica, explicou, é «uma solução em que a poda é feita por uma máquina, com um dispositivo de corte, montada num tractor» e, ao passar pelas árvores, é feito «o corte indiscriminado de todos os ramos que encontrar à sua frente».

O objectivo dos ensaios em curso nos pomares na zona de Alcobaça é, precisamente, «ver se esta solução é ou não útil» e, caso o seja, «como é que se deve fazer» no caso da pêra rocha, precisou o docente, ligado ao Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais Mediterrânicas (ICAAM) da Universidade de Évora.

Os ensaios de campo já funcionaram em pleno no ano passado, mas, como foi «um ano atípico» para a pêra rocha, cuja produção foi prejudicada pelas irregularidades climáticas, António Bento Dias referiu que é preciso «mais tempo» para atingir resultados consistentes, até porque o projecto só termina em 2014.

Estes trabalhos pretendem definir uma nova tecnologia ou técnica de poda que aumente o nível de mecanização utilizado pelos fruticultores, de modo a reduzir a dependência da mão-de-obra.

«Quando estamos a pensar em mecanizar qualquer processo, uma das condições que se pensa obter é aumentar a capacidade de trabalho», não sendo a poda mecânica excepção, pois, consegue ser executada «num período de tempo muito mais curto» e com «menos mão-de-obra», disse.

No âmbito do projecto, foi mesmo desenvolvida uma máquina de podar de discos, que é montada num tractor, numa parceria com o fabricante português Domingos Reynolds de Souza, que colabora com a academia alentejana desde a década de 90.

As máquinas existentes até então, resumiu António Bento Dias, eram montadas em tractores convencionais, não aos utilizados para os pomares, que são «mais estreitos e compactos», pelo que não se adaptavam a este trabalho específico, nem aos «terrenos irregulares» da região Oeste.

«As entidades do projecto contactaram o fabricante no sentido de se encontrar uma solução que permitisse dar resposta às necessidades desta situação particular que são os pomares de pêra rocha e os do Oeste», tendo, assim, sido criada esta nova máquina, para tractores de fruticultura.

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