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Agrotec

UE anuncia reforma ambiental da política agrícola

A política agrícola na UE deverá tornar-se mais verde. Após longos debates, ministros do bloco lançaram propostas de mudança. Para os ambientalistas, porém, trata-se de palavras vazias: a reforma não terá o impacto anunciado.

Trata-se de um grande projecto, envolvendo muito dinheiro: a cada ano, os agricultores da União Europeia são subsidiados com 60 mil milhões de euros. Até agora, muitos agricultores recebiam por hectare de terra cultivado, independentemente do que e como cultivassem. Isso deverá mudar.

O plano dos ministros da Agricultura da UE é que, futuramente, os produtores só recebam as verbas na íntegra, se prestarem uma contribuição ao meio ambiente nas suas terras. A intenção é tornar a política agrícola da União Europeia mais «verde».

Pelo menos 30% dos pagamentos directos deverão estar vinculados a esses serviços ambientais. Isso foi decidido pelos 27 ministros europeus de Agricultura após 36 horas de negociações. Meras monoculturas que transformam, por exemplo, parcelas de terra num mar de campos de milho, vão deixar de existir.

Para continuar a receber a subvenção integral, as explorações precisam de plantar dois ou três produtos diferentes. Além disso, os agricultores deverão utilizar 5% das suas terras de forma extensiva, ou seja, ambientalmente mais correta.

O que soa como um slogan em prol da agricultura ecológica, não passa de palavras vãs, do ponto de vista dos ambientalistas. O conceito de greening, que faz parte do acordo dos ministros para «ecologizar» a agricultura, seria antes «um conceito vazio», afirma Reinhild Benning, especialista em agricultura da Federação do Meio Ambiente e Conservação da Natureza da Alemanha (Bund, na sigla original).

As normas ambientais formuladas na proposta seriam tão «vazias de conteúdo, que nem as espécies nem o clima estariam protegidos», aponta a especialista, acrescentando que não surtirão nenhum efeito.

Segundo uma proposta anterior da Comissão Europeia, os agricultores deveriam comprometer-se a disponibilizar 7% das suas terras para a protecção das espécies, através, por exemplo, da plantação de campos de flores para abelhas ou cercas vivas para ninhos de aves.

«Agora são somente 5%, e até esses 5% podem, em princípio, continuar a ser cultivados normalmente», disse Benning. Portanto, o acordo não contribuirá para preencher novamente com vida «estepes agrícolas vazias, desbastadas», como também é o caso de algumas regiões na Alemanha.

Fonte: Diário Digital