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Agrotec

Sustentabilidade da agricultura urbana e a contribuição das coberturas ajardinada

Texto: Crstina M. Monteiro

Universidade Católica Portuguesa CBQF, Centro de Biotecnologia e Química Fina, Laboratório Associado Escola Superior de Biotecnologia - cmonteiro@ucp.pt

A agricultura urbana é definida como a agricultura que é praticada no interior ou na periferia (agricultura intraurbana e periurbana, respetivamente) de uma localidade ou cidade, consistindo no crescimento, produção e distribuição de produtos alimentares. Normalmente, a produção decorrente da agricultura urbana é realizada em pequenas áreas, destinando-se principalmente para consumo próprio ou para venda nos mercados locais em pequena escala, permitindo complementar o rendimento do agregado familiar.

Atualmente, estima-se que cerca de 55% da população mundial vive em áreas urbanas, percentagem que irá aumentar para 70% em 2050, de uma população total estimada em 9,7 mil milhões, segundo dados da Organização das Nações Unidas. Desta forma, um dos grandes desafios, a que será necessário dar resposta, é o fornecimento de serviços básicos e, especificamente de alimentos com qualidade, à população crescente das grandes cidades. «A agricultura urbana é definida como a agricultura que é praticada no interior ou na periferia (agricultura intraurbana e periurbana, respetivamente) de uma localidade ou cidade, consistindo no crescimento, produção e distribuição de produtos alimentares»

Neste sentido, têm surgido diferentes iniciativas que potenciam a produção de alimentos nas cidades (agricultura urbana), que se desenvolvem principalmente em quintais, terraços ou pátios, ou em hortas urbanas (espaços comunitários ou espaços públicos não urbanizados). Entre as várias vantagens da agricultura urbana, destacam-se a redução de distâncias no transporte dos alimentos, a produção dos alimentos de forma mais sustentável, a segurança e soberania alimentar, a possibilidade de aproveitamento do lixo doméstico orgânico (compostagem, contribuindo para reciclagem dos resíduos), a geração de atividade ocupacional, o aumento da biodiversidade e principalmente o uso de espaços desocupados ou não utilizados nos grandes centros urbanos, como é o caso dos telhados ou coberturas.

Por outro lado, as alterações climáticas que se fazem sentir e a degradação do ambiente urbano representam uma ameaça existencial para a Europa. Assim, o aumento da agricultura urbana e o consumo próximo e local, irão contribuir para a meta da União Europeia (no âmbito do Pacto Ecológico Europeu – European Green Deal), em ser o primeiro continente com um impacto neutro no clima, além de contribuir para a transformação da União Europeia numa economia moderna, competitiva e eficiente na utilização dos recursos, garantindo que (1) as emissões de gases com efeito de estufa sejam nulas em 2050; (2) o crescimento económico esteja dissociado da utilização de recursos; e (3) ninguém nem nenhuma região seja deixado para trás. Assim, a agricultura urbana tem-se mostrado como uma prática crescente, cujo objetivo principal se relaciona com a sustentabilidade urbana, incluindo segurança e equidade alimentar, cadeias de abastecimento alimentar eficientes, gestão de águas pluviais, mitigação dos efeitos da ilha de calor, gestão de resíduos (usando resíduos compostáveis) e contribuição para o cumprimento dos objetivos europeus.

Nota de Redação:

Artigo publicado na edição n.º 43 da Revista AGROTEC, no âmbito do Dossier "Produção de batata".

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