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Agrotec

Sistemas alimentares sustentáveis - Uma pegada positiva no planeta e na saúde

O debate público sobre a alimentação tem ganho crescente relevância e constitui um dos principais desafios da humanidade nas próximas décadas. Prevendo-se um crescimento populacional a nível mundial, que atingirá mais de 9 mil milhões em 2050, o modo como nos alimentamos deverá gradualmente ajustar-se à crescente escassez de recursos naturais e às alterações climáticas cada vez mais evidentes.

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Artigo de opinião por Alexandra Bento, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas

Sublinha-se, por isso, a importância de uma transformação significativa do sistema alimentar atual. Veja-se que um terço dos alimentos produzidos para consumo humano são anualmente desperdiçados, o que corresponde a quatro vezes a quantidade necessária por ano para eliminar a fome a nível global.

Os objetivos de desenvolvimento sustentável da Agenda 2030 ambicionam não só a erradicação da fome e da pobreza, mas também a garantia da segurança alimentar das populações (food security), ou seja, que «todas as pessoas, em qualquer momento, tenham acesso físico, social e económico a alimentos suficientes, seguros e nutricionalmente adequados, que permitam satisfazer as suas necessidades nutricionais e as preferências alimentares para uma vida ativa e saudável».

Mas, além de garantir a segurança alimentar necessitamos de um sistema alimentar que assegure o equilíbrio da saúde, o bem-estar, a preservação da biodiversidade, do meio ambiente e do clima, o comércio justo, a acessibilidade, os alimentos sazonais e locais, o conhecimento e a herança cultural. Ou seja, uma alimentação saudável e sustentável.

A aposta em políticas públicas de saúde que promovam a alimentação saudável e sustentável, desencadeará uma alteração no padrão de refeições, com um maior predomínio de produtos de origem vegetal, com impacto reduzido na pegada de carbono, hídrica e ecológica, e menor predominância de refeições à base de alimentos de origem animal, cujo impacto ambiental é mais significativo e mais nefasto para a saúde.

Dar resposta a este fenómeno, implica uma visão holística de todo o sistema alimentar em geral e do sistema agrícola em particular, de modo a reinventar o seu modo de produção de alimentos, recorrendo ao conhecimento científico e à tecnologia, com o fito de alcançar soluções para um futuro agrícola mais adaptado às necessidades ambientais e alimentares dos consumidores.

Se a agricultura pode melhorar as suas práticas, também os consumidores podem intervir, através das suas escolhas alimentares. A Dieta Mediterrânica constitui um padrão alimentar promotor do bem-estar dos indivíduos e do planeta, respeita a biodiversidade, os alimentos frescos, sazonais, nacionais e locais, a cultura e a sustentabilidade, preconizando o aumento da presença de produtos de origem vegetal, que podem ajudar a minimizar o impacto das escolhas e do consumo no ambiente.

É essencial procurar conciliar a garantia da saúde e do meio ambiente através de uma abordagem integrada de todo o sistema alimentar.

Nota: Artigo publicado originalmente na Agrotec 30

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