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Agrotec

Seminário anual da cortiça analisou dinâmicas da campanha 2016

Seminário possibilitou um maior conhecimento das dinâmicas de mercado aos produtores suberícolas (matéria prima e produtos exportados), numa perspetiva nacional, ibérica e internacional.

cortica

A UNAC - União da Floresta Mediterrânica organizou no Teatro Cinema Municipal em Ponte de Sor, o “Seminário Anual da Fileira da Cortiça”, o qual reuniu mais de 120 participantes.

O seminário analisou e debateu as dinâmicas da campanha de cortiça de 2016, os preços da comercialização, os mercados e as suas tendências.

João Rui Ferreira, Presidente da APCOR - Associação Portuguesa de Cortiça, Ramón Santiago, ‎Responsável Instituto del Corcho, la Madera y el Carbón Vegetal do Centro de Investigación Científicas y Tecnológicas de Extremadura (CICYTEX), María Felisa Sánchez da Agencia de Medio Ambiente y Agua da Consejería de Medio Ambiente y Ordenación del Territorio - Junta de Andalucía e Nuno Calado, Secretário-geral da UNAC - União da Floresta Mediterrânica, foram os oradores que estimularam o debate.

Os principais resultados obtidos e as principais conclusões da Campanha de Extração de Cortiça de 2016 foram:

- A campanha de extração de 2016 iniciou-se sem stock de cortiça por vender na produção e com a indústria numa situação de baixo aprovisionamento de matéria-prima;

- Tal como já tem vindo a acontecer nos anos anteriores, o primeiro trimestre de 2016 decorreu com a presença de compradores de cortiça no campo, onde o volume de cortiça comercializada foi superior ao ano passado no mesmo período de análise. Esta tendência de antecipação da abertura da época de compra aparenta estar cada vez mais generalizada entre os compradores de cortiça;

- A campanha de extração foi caracterizada por uma primavera seca, atenuada por precipitação muito elevada em maio, o que provocou um inicio de extração heterogéneo em algumas regiões do país;

- A dimensão da campanha de 2016 foi equivalente à de 2015, aproximadamente 6 milhões de arrobas (1 @ = 15 kg);

- Manteve-se a tendência de procura de cortiças provenientes de explorações com certificação florestal FSC, as quais foram, de uma forma geral, vendidas no inicio de campanha;

- O custo de extração de cortiça aumentou cerca de 4,6%, face a 2015 (4,19 €);

- A campanha registou uma tendência de maior amplitude de preços, com um aumento do valor das melhores cortiças. O preço médio de venda da cortiça em pilha foi de 29,53 €, um aumento de 1,6% face a 2015, mantendo-se a orientação de crescimento do preço médio da cortiça que ocorre desde 2009 (o qual havia descido de forma abrupta em consequência da crise económica e financeira);

- A tendência do crescimento do preço médio da cortiça ocorreu também nas regiões espanholas da Extremadura e da Andaluzia;

- Um aspeto menos positivo é o furto de cortiças, quer empilhadas quer na própria árvore, que mantém a tendência dos últimos anos;

- Tal como nos últimos anos, as exportações portuguesas de cortiça mantiveram também a sua tendência de crescimento: registou-se um excelente desempenho do mercado de exportação dos produtos de cortiça, com um valor de 937 milhões de euros, um aumento de 4% face ao ano anterior;

- A extração de cortiça na campanha permitiu assegurar as necessidades da indústria, face à procura de mercado e aos stocks existentes.