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Agrotec

Raças produzidas em Portugal: A Blonde D’Aquitaine

A raça Blonde D’Aquitaine tem a sua origem, em termos de designação, em 1962, resultante da fusão das três raças com características peculiares – Garonnaise, Quercy e Blonde dês Pyrenees – existentes na região Sudeste de França, proporcionando a sua utilização de forma versátil e variada, constituindo desde sempre resposta adequada às diferentes necessidades, entretanto sentidas pelo Homem, fosse nómada, peregrino ou sedentário.

Blonde D'Aquitaine

Por: Susana Zambujo Duarte, Associação Portuguesa Blonde d’Aquitaine

Não podemos esquecer que, anteriormente à mecanização da agricultura, os bovinos Blonde D’Aquitaine tiveram um importante papel na realização das tarefas agrícolas, sendo a sua mais valia baseada na capacidade de trabalho, robustez e tolerância às variações de qualidade e quantidade de alimentos. Os bovinos da raça Blonde D’Aquitaine são animais de excecional aptidão para a produção de carne, em regime extensivo.

As vacas adultas apresentam um peso vivo entre os 650Kg e os 950Kg. Os touros apresentam um peso vivo entre os 1000Kg e os 1500Kg. Existe uma conformação corporal, corpo bastante longo e bem equilibrado, oOssos finos de boa qualidade e uma linha superior horizontal, formando, no seu todo, um conjunto harmonioso.

O pescoço é curto de barbela não muito acentuada e o peito profundo. O costado bastante arqueado e bem ligado com a escápula e o dorso horizontal, muito musculado, sendo este músculo com boa inserção na garupa. A bacia é ampla, larga nos trocântaros e nos isquíones e a cauda pouco saliente.

A cabeça é relativamente curta, o perfil retilíneo ou ligeiramente convexo, a face triangular e o focinho bastante forte. Esta raça tem uma grande expressão facial e cornos finos, de preferência de forma oval virados para a frente, e de cor branca amarelada, ligeiramente escuros nas extremidades. As orelhas são de médio comprimento e os olhos grandes e bastantes afastados do centro da face.

Os membros são fortes e bem aprumados, não muito largos mas compridos. As nádegas bastante arredondadas e bem descidas e as unhas amareladas. A pelagem é cor de trigo, variando do muito claro ao loiro acastanhado, e as auréolas mais claras à volta do focinho e dos olhos (olho de perdiz). A pele é de espessura fina e de elevada elasticidade.

Entre as qualidades da raça encontram-se:

  • Grande rusticidade e fácil adaptação;

  • Elevada Taxa de Fertilidade;

  • Precocidade sexual;

  • Facilidade de parto;

  • Boa capacidade maternal;

  • Bacia de grande dimensão com boa cobertura muscular;

  • Tronco de grande comprimento e formato cilíndrico, linha dorsal retilínea de grande comprimento e amplitude;

  • Alto desenvolvimento muscular, dotada de um bom equilíbrio entre a estrutura óssea e o desenvolvimento muscular com alto rendimento de carcaça;

  • Excepcional cobertura muscular, tanto nos posteriores como nos anteriores;

  • Carcaça de terminação precoce. Alto rendimento de carne limpa;

  • Carne magra e carcaças compridas e arredondadas;

  • Alta capacidade de conversão alimentar;

  • Elevada percentagem de carnes nobres;

  • Velocidade de crescimento e boa conformação;

  • Animais bastante dóceis e de fácil maneio;

  • Bons cruzamentos industriais.

As diferentes raças de bovinos são resultado da evolução dos animais na adaptação aos meios onde vivem, isto é, quando um efetivo reside durante muitas gerações sob as mesmas condições ambientais, consegue um elevado grau de adaptação e uniformidade.

A adaptação da raça Blonde D’Aquitaine às exigências do mercado e às alterações socioeconómicas levou ao aumento do efetivo puro e cruzado Blonde D’Aquitaine, no nosso País.

Há cerca de duas décadas que a raça Blonde D’ Aquitaine se tem vindo a implantar em Portugal, sendo cada vez mais reconhecida pelos produtores, dadas as características que tem demonstrado, quer na ótica da reprodução, quer na produção de carne.

Os machos e as fêmeas Blonde D’ Aquitaine apresentam um desempenho superior, na fase de acabamento, podendo ser abatidos entre os 18 e os 20 meses, em regime extensivo e a partir dos 12 meses de idade, em regime intensivo.

Artigo originalmente publicado na Agrotec 13