Queijos aumentam 10% com subida das matérias-primas
O grupo Queijos Santiago vai aumentar em 10% os seus produtos para fazer face à subida dos preços das matérias-primas. “Dada a subida de preços das matérias-primas, a Queijos Santiago vai acompanhar esta tendência e, por isso, irá aumentar os preços dos seus produtos na ordem dos 10%" em abril.
“Dada a subida de preços das matérias-primas e o que se sente em todo o mercado, a Queijos Santiago vai acompanhar esta tendência e, por isso, irá aumentar os preços dos seus produtos na ordem dos 10%, durante o mês de abril”, confirmou a ECO fonte oficial da empresa que conta com quatro unidades de produção.
A Queijos Santiago, fundada em Castelo Branco em 1918, é a maior produtora nacional de queijo fresco. Está presente em mais de 20 países, e produz mais de 200.000 queijos por dia nas suas cinco unidades: Montemuro (Mafra), Palmela, Torres Vedras, Abrantes e Portalegre, cuja construção se deveria ter iniciado em 2015, mas só arrancou em 2019 com um apoio de fundos europeus de 430,75 mil europeus. Além disso tem um centro logístico na Venda do Pinheiro.
Com a guerra na Ucrânia houve um agravamento dos custos da energia, mas também das rações e, consequentemente, dos custos de produção do leite utilizado no fabrico dos queijos de vaca, ovelha ou cabra. São três tipos utilizados pela Queijos Santiago na gama de 70 produtos que coloca no mercado: desde queijos curados, frescos, requeijão.
O setor já estava a braços com dificuldades devido ao aumento dos custos de produção na sequência da seca e a necessidade de recorrer mais a rações para alimentar os animais. Como cerca de 40% do milho usado na alimentação animal vem da Ucrânia, a situação apenas se agravou com a guerra.
Mas o pior ainda pode estar para vir porque os produtores de leite defendem que “os ligeiros aumentos” no preço do leite no início de 2022 “vieram com um ano de atraso e foram absorvidos por novos aumentos de custos”, frisou Carlos Neves, secretário-geral da Associação dos Produtores de Leite de Portugal (Aprolep), num artigo de opinião no Jornal de Notícias. E defendem a necessidade de voltar a aumentar os preços.
“Não conseguimos antecipar quanto nos vai custar produzir cada litro de leite nos próximos meses. Hoje produzimos o leite suficiente para alimentar Portugal, mas se não recebermos o suficiente para alimentar os nossos animais não poderemos garantir que continuaremos a abastecer o nosso país como até aqui”, defende a Aprolep, num comunicado recente.
A Queijos Santiago é responsável pela recolha, produção, embalamento e distribuição de todos os seus produtos e por isso também acaba por ser mais afetada pelo aumento dos preços dos combustíveis e não apenas da energia utilizada nas várias fábricas.
FONTE: ECO Economia Online