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Agrotec

Projeto Terratech: modernização da oferta educativa europeia em agricultura de precisão

Texto por: Ruth Pereira*1, George Katranas2 Sofia Oliveira1, Susana Carvalho1 Theodoros Kosmanis3, Péter Fejér4, Anabela Cachada5, Verónica Nogueira5 Tânia Fernandes1, Andreas Riel6, 7, Matteo Gatti8, Nicoleta Alina Suciu9 Albert Bel Pereira10, Edmunds Jason11, Christiane Haberl12 Ali Akbar13, Chariton Kalaitzidis14, Stéphane Volant15 Bruno Fonseca16, Dimitrios Schoinoplokakis17

1 GreenUPorto & INOV4AGRO, Departamento de Biologia e Departamento de Geociência, Ambiente e Ordenamento do Território, Faculdade de Ciências, Universidade do Porto, Portugal

2 Cerca Trova Ltd, Sofia 1000, Bulgaria

3 International Hellenic University, Thessaloniki, Greece

4 University of Debrecen, Debrecen, Hungary

5 CIIMAR & Faculdade de Ciências, Universidade do Porto, Portugal

6 Univ. Grenoble Alpes, CNRS, Grenoble INP, G-SCOP, 38000 Grenoble, France

7 ECQA GmbH, 3500 Krems, Austria

8 DI.PRO.VE.S, Università Cattolica del Sacro Cuore, 29122 Piacenza, Italy

9 DiSTAS, Università Cattolica del Sacro Cuore, 29122 Piacenza, Italy

10 Departament de Tecnologies de la Informació i les Comunicacions Network Technologies and Strategies, Universitat Pompeu Fabra, Roc Boronat, 138 08018 Barcelona, Spain

11 Vidzeme University of Applied Sciences, Cēsu iela 4, Valmiera, LV-4201, Latvia

12 Evolutionary Archetypes Consulting SL., Barcelona, Spain

13 AgriWatch, Weerninklanden 24, Enschede, The Netherlands

14 Mediterranean Agronomic Institute of Chania, Alsyllio Agrokipiou, 1 Makedonias, P.O. Box 85, 73100, Chania, Greece

15 Fédération Régionale des cuma de l’Ouest, 73 Rue de St Brieuc - CS 56520 35065, Rennes Cedex, France

16 Agroop Lda (AGP), Parque Tecnológico de Óbidos, Edifícios Centrais, Sala 8 R/C, Rua da Criatividade, 2510-216 Óbidos, Portugal

17 Ktima Filippoy, Loysakies Kisamoy, 73400, Chania, Greece

* email: ruth.pereira@fc.up.pt

RESUMO

O mercado europeu de agricultura de precisão tem vindo a crescer, sendo de esperar que atinja já em 2023, um valor de 6,6 mil milhões de euros. Contudo a rápida transição para uma agricultura europeia moderna e digitalizada, requer que se ultrapasse rapidamente a falta de literacia digital, ainda presente no setor. A formação dos futuros agricultores europeus e de outros trabalhadores do setor agroalimentar, exige uma reformulação das ofertas atuais, que combine conhecimentos científicos multidisciplinares, principalmente em agronomia e ambiente, com a aquisição de competências para o uso de ferramentas digitais e espaciais e para a análise de diferentes tipos de dados. O projeto TERRATECH2 financiado pelo programa ERASMUS+, visa desenvolver um curso de mestrado em tecnologias de agricultura de precisão, cujo modelo ficará disponível para outras universidades e institutos politécnicos europeus que o queiram adotar.

INTRODUÇÃO

As tecnologias de precisão e as ferramentas de tomada de decisão, baseadas em dados e em inteligência artificial, prometem um aumento da eficiência na produção agrícola e da competitividade no mercado, com um menor uso de recursos (ex.: água, fertilizantes e produtos fitofarmacêuticos), menores emissões de gases com efeito de estufa e uma melhoria da proteção dos solos e da biodiversidade. Estas são, portanto, peças fundamentais para a transição para a sustentabilidade da agricultura europeia, preconizada pela Estratégia do Prado ao Prato e pela Nova Política Agrícola Comum 2023-20273 (EU, 2020). Argumenta-se ainda que só a agricultura de precisão irá permitir aos agricultores cumprir os padrões ambientais e a regulamentação de proteção ambiental que se tem vindo a tornar progressivamente mais exigente (Soma & Nuckchady, 2021).

A literacia digital surge, contudo, como uma das barreiras mais relevantes a ultrapassar, ainda que a importância da agricultura de precisão comece a ser reconhecida pelos produtores. Igualmente interessante e relevante, é o facto de o aumento da eficiência ambiental dos processos produtivos resultante da aplicação de tecnologias digitais, ter sido identificada por produtores de diferentes países europeus e cadeias de valor agroalimentar, como um dos aspetos mais fortes das mesmas (Barnes et al., 2019; Knierim et al., 2019; Parra-Lopez et al., 2021). Desta forma, é reconhecida a importância de melhorar o fluxo de conhecimento e inovação através de sistemas de conhecimento agrícola e inovação eficientes (do inglês – AKIS), que façam a ligação entre produtores, técnicos de campo, redes rurais, investigadores, estudantes e todos os intervenientes na educação e na formação4 . O fluxo e a partilha de conhecimento, são fundamentais para a cocriação de inovações que correspondam às reais necessidades dos produtores, permitindo em simultâneo uma imediata familiarização dos mesmos com as ferramentas desenvolvidas.

Contudo, os produtores continuam a afirmar que o principal modo de aquisição de conhecimento e competências, para lidar com as tecnologias digitais, são as formações não-formais de curta duração, oferecidas pelos fabricantes e vendedores de tecnologias, além da aprendizagem baseada na sua experiência e nas interações com outros produtores. Porém, este tipo de formação é claramente insuficiente para beneficiarem de todo o potencial das ferramentas digitais disponíveis (Goller et al., 2021), ou até mesmo compreender as suas limitações, podendo levar a escolhas e decisões incorretas.

Continue a ler este artigo publicado na edição n.º 44 da Revista AGROTEC, no âmbito do Dossier "Práticas Agrícolas Sustentáveis".

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