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Agrotec

Produtores de pequenos ruminantes pedem ajuda para enfrentar as consequência da pandemia

A Cooperativa AgroPecuária do Sudoeste Beirão (CASAN), situada em Ansião e abrangendo a área social dos cinco concelhos do norte do distrito de Leiria – Ansião, Alvaiázere, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pêra e Pedrógão Grande – enviou-se uma carta à ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, expondo a situação dramática que se vive no setor dos pequenos ruminantes.

CASAN pequenos ruminantes covid-19

"Devido à situação que o país vive, verificou-se uma diminuição drástica na procura de leite bem como, e em simultâneo, uma acentuada redução no preço", é possível ler-se no documento. "Temos produtores cujo fornecimento para as queijarias foi reduzido a mais de metade e o preço com reduções de 30% ou mais. Os animais continuam a produzir as quantidades normais por dia, o que obriga ao produtor a ponderar o desperdício do leite pois, a sua capacidade de armazenamento é praticamente inexistente".

A entidade destaca assim que os produtores são "vítimas da falta de escoamento do leite" e que se vêm "forçados a uma secagem antecipada das cabras e ovelhas leiteiras, o que obriga a uma total reformulação da produção, alterando profundamente o ciclo produtivo das explorações e obrigando os animais a um stress metabólico extra". Como consequência, é necessário um planeamento "sério e antecipado", de forma a garantir uma "grande eficiência produtiva, nomeadamente no que toca a alimentação e reprodução, e perante as indefinições do futuro, os produtores têm as explorações quase paradas e vêm-se incapazes de se prepararem para o futuro e tentarem recuperar – se for possível – desta situação", reforçam.

Para além disto, as explorações que haviam orientado todo o seu ciclo produtivo de borregos e cabritos para esta altura, em que o consumo tradicionalmente é mais elevado, de forma a garantirem um maior retorno económico, veem-se agora "incapazes de os comercializar. A cada dia que passa os nossos produtores têm os seus borregos e cabritos nas explorações, a crescerem e a consumirem mais alimentação".

O presidente da CASAN, Carlo Miguel Freire, realça a problemática que vivem com a mão-de-obra, visto que a exploração pecuária, mais concretamente a produção de pequenos ruminantes, implica a manutenção de seres vivos que necessitam de alimento e mão-de-obra diária. "Tenho recebido diariamente contactos por parte de produtores que vivem situações de desespero por não conseguirem escoar os produtos e consequentemente não conseguirem garantir a sustentabilidade das suas explorações, o bem-estar dos seus animais e em alguns casos o sustento da própria família", lamenta. 

Como conclusão, é pedido à ministra da Agricultura um "plano de ajudas diretas, sólidas e consistentes", sendo estas capazes de ajudar estes produtores, de forma a "garantir a sua sobrevivência e a manutenção destas explorações que, no futuro, que são da maior importância para o nosso desenvolvimento socioeconómico, bem como para a manutenção do nosso espaço agroflorestal".

A CASAN é uma entidade que tem por objetivo base a promoção e protecção das actividades agro-pecuárias na região, servindo de suporte e apoio a todos os produtores associados. Inclui na sua área a zona de produção de Queijo do Rabaçal e um sem numero de explorações de pequenos ruminantes de carácter leiteiro.