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Agrotec

Produtores alertam para lácteos importados abaixo do custo de produção

 O presidente da Associação dos Produtores de Leite de Portugal (APROLEP), Carlos Neves, apelou ao Governo para apertar a fiscalização ao alegado ‘dumping’ nos produtos lácteos que chegam do estrangeiro. “Chegam a Portugal produtos a preços impossíveis, tudo indica que há ‘dumping’, e ou o Governo aperta a fiscalização ou será a morte de muitos produtores nacionais”, referiu.

Prática proibida, “dumping” é a colocação no mercado de produtos a um preço abaixo do seu custo de produção.
Cerca de três dezenas de produtores do norte de Portugal concentraram-se hoje em frente ao hipermercado Continente, em Barcelos, numa ação de sensibilização para o consumo de leite e produtos lácteos nacionais.
Na ação, os produtores criticaram também a grande distribuição de preterir os produtos portugueses em benefício dos que chegam do estrangeiro.

Mostraram mesmo produtos “marca branca” Continente com códigos de barras portugueses mas com origem em vários países, como Alemanha, Espanha, Bélgica ou França. “O problema é que, em alguns casos, para ver a origem dos produtos nas embalagens só de lupa”, criticou José Ferreira, outro produtor presente na ação de hoje em Barcelos. À Lusa, fonte do Continente disse que 85% do leite que vende nos seus hipermercados é de origem portuguesa. O Continente distribuiu também um comunicado onde diz que “não tem contacto direto com os produtores”, ou seja, a apresentação de propostas de fornecimento é feita “sempre via indústria do leite”.

“No entanto, e sabendo das dificuldades existentes na produção, o Continente tem vindo a incentivar os principais fornecedores de leite no sentido de conseguirem concentrar nos seus produtos e nas suas marcas a maior percentagem possível de leite com origem em Portugal”, acrescenta o comunicado. Para a APROLEP, estas são “palavras bonitas” que “não batem certo” com a realidade que diariamente constatam nas prateleiras. “A realidade é que Portugal importa anualmente 500 milhões de euros de produtos lácteos, 300 milhões dos quais em queijo e iogurtes”, referiu Carlos Neves. Isto ao mesmo tempo que os produtores nacionais de leite não conseguem escoar a sua produção e se veem “obrigados” a abater animais.

“Precisamos de alguém que nos defenda, porque ou tudo isto muda ou vai ser a morte de muitos produtores”, rematou Carlos Neves.

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