Produção de azeite desceu 36,4% na campanha de 2016
A produção de azeite desceu 36,4% na campanha de 2016, informou o Instituto Nacional de Estatística, que notou variações positivas na batata, frutos e hortícolas frescos.
Nas estatísticas agrícolas de 2016, o Instituto Nacional de Estatística (INE) recordou que a primavera chuvosa afetou os olivais, «originando uma carga de azeitona inferior à esperada», sobretudo nas variedades mais tradicionais e levando a uma «diminuição global da produção de azeite de 36,4% face à campanha anterior».
Caracterizado por temperaturas médias do ar muito superiores ao normal para a generalidade dos meses, o ano agrícola 2015/2016 registou um aumento de 11,6% no índice de preços da produção vegetal, segundo o INE, que entre as variações positivas destacou a batata, 64,6%; frutos, 15,7% e hortícolas frescos, 11,3%.
O INE notou que na campanha em análise houve «desenvolvimento vegetativo das searas, promovendo a formação das espigas e o enchimento do grão, alcançando as produtividades mais elevadas desde 2008».
Já nos pomares existiu decréscimo na produção, o que se refletiu, em 2016, na subida de 21,9% nas importações no grupo «frutas, cascas de citrinos e de melões», atingindo os 675,5 milhões de euros, mais 121,6 milhões de euros do que em 2015.
A vindima «decorreu sem problemas e concentrada no tempo, mas a produção diminuiu 15% face a 2015», nomeadamente devido a doenças. O INE registou que, «de modo geral, a qualidade dos vinhos produzida foi boa».
Nas previsões para 2017, o INE estima um bom ano para os frutos, como a cereja e o pêssego, esperando-se, porém, diminuição na produção de cereais.
Em termos de áreas, aumentos deverão ocorrer apenas na batata de regadio e tomate para a indústria, enquanto são previstas descidas no milho, arroz e girassol.
No setor pecuário, o INE destacou os aumentos de produção das carnes de bovino, mais 2,3% para 91 mil toneladas e aves, mais 4,95 e decréscimos nas produções de leite, de menos 4,4% e ovos, menos 2,9%. O índice de preços da produção animal diminui 5,7%.
No geral, a produção de carne subiu 1,8%, cinco por cento em 2015, graças a bovinos e aves, enquanto o consumo de carne subiu 0,8 pontos percentuais em 2016.
A subida na carne de bovino justificou-se nomeadamente pelo «forte aumento» do abate de vacas leiteiras, face ao fim das quotas de produção de leite e os contratos com quantidades máximas de entregas.
As 134 mil toneladas de ovos resultaram numa diminuição de 2,9 p.p. e a produção global de leite de vaca atingiu cerca de 1.865 milhões de litros, traduzindo uma diminuição de 4,5 pontos em relação a 2015.
Até abril de 2017, o volume global de abate de gado caiu nove pontos, mas o das aves e coelhos subiu um por cento, estando a produção de ovos de galinha a descer 0,9 e a recolha de leite de vaca a reduzir-se dois por cento.
O INE indicou ainda que o rendimento da atividade agrícola, por unidade de trabalho ano, cresceu 12,9 pontos em relação a 2015, quando tinha havido uma subida de 2,9%.
Fonte: Lusa