Prejuízos nos arrozais podem ultrapassar os três milhões de euros
A inundação dos arrozais do Alentejo está a atrasar a preparação das sementeiras, segundo o presidente da Associação de Orizicultores de Portugal (AOP), que estima os prejuízos em mais de três milhões de euros.
Nesta altura, a preparação dos terrenos «já deveria estar bastante avançada», disse à agência Lusa João Reis Mendes, observando que, com as terras alagadas, «as máquinas não podem entrar».
Tal só poderá acontecer, na maioria dos casos, «depois de as águas escoarem e as terras enxugarem durante um período sem chuva de pelo menos três a quatro semanas», o que irá atirar a sementeira para Junho, já «fora da época».
O dirigente prevê também que a preparação dos terrenos venha a ser «menos adequada, por haver menos tempo», condicionalismos que deverão ditar «uma quebra de produção de 15 por cento na altura da colheita».
A inundação das terras provocada pelas chuvadas das últimas semanas originou, por outro lado, a destruição de infra-estruturas «indispensáveis» ao cultivo do arroz, «que terão de ser repostas antes da sementeira», o que constitui «um custo acrescido» para os produtores.
O presidente da AOP, com sede em Alcácer do Sal, manifestou dificuldade em fazer uma avaliação dos prejuízos para os 515 orizicultores da bacia do Sado, mas avançou que «poderão ultrapassar três milhões de euros».
Cerca de 80 por cento dos 9.500 hectares de cultivo de arroz nesta zona deverão estar afectados pelas cheias, estimou João Mendes Reis, uma situação agravada pelas descargas das barragens que atingiram os níveis máximos de armazenamento de água.
«A maioria das áreas de arroz situa-se em zonas de aluvião de baixa altitude e, portanto, serão todas afectadas por inundações da bacia hidrográfica do Sado», indicou o representante dos produtores.
O responsável, que é também dirigente do Agrupamento de Produtores de Arroz do Vale do Sado (Aparroz), defendeu que o Ministério da Agricultura deve «conceder um apoio à reconstituição ou reposição do potencial produtivo das explorações afectadas», através dos fundos do Programa de Desenvolvimento Rural (PRODER).
Fonte: Lusa (via Confagri)