O arroz na guiné-bissau: espécies, cultivares, sistemas de produção e desafios face às alterações climáticas - Bibliografia
Texto por: Luis Catarino1 , José da Silva2 Quintino Alves3, Tiago F. Lourenço4,Jorge Marques da Silva5
1 cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais & CHANGE – Global Change and Sustainability Institute, Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
2 Centro Orizícola de Contuboel, Instituto Nacional de Pesquisa Agrária (INPA), Guiné-Bissau
3 Centro Orizícola de Caboxanque, INPA, Guiné-Bissau
4 Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier, Universidade Nova de Lisboa (ITQB NOVA)
5 Instituto de Biossistemas e Ciências Integrativas (BioISI), Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
O arroz é a base da alimentação na Guiné- -Bissau. Grande parte do arroz consumido no país é produzido por agricultores locais que praticam orizicultura tradicional, ainda que a importação de arroz de países asiáticos responda em grande medida à procura atual. A grande expansão da cultura do cajueiro no país tem permitido a aquisição de arroz importado através da venda da castanha de caju, ou por troca direta. Atualmente, é cultivado sobretudo o arroz asiático (Oryza sativa) mas, antes da chegada dos europeus no século XV, cultivava-se o arroz africano (O. glaberrima), que ainda hoje é cultivado no país em pequena escala. Nas últimas décadas, o Africa Rice Center produziu e difundiu cultivares de arroz híbridos entre as duas espécies, em particular os cultivares NERICA (New Rice for Africa). O arroz pode ser cultivado no país exclusivamente com água pluvial ou com irrigação. Consideram-se quatro sistemas de produção: 1) Arroz pluvial de planalto, localmente designado por m’pampam; 2) Arroz pluvial de zonas baixas interiores periodicamente inundadas, bolanha de água doce ou de bas-fond; 3) Arroz pluvial de zonas costeiras, bolanha salgada ou arroz de mangrove; e 4 ) Arroz irrigado, bolanha de água doce, cultivado em planícies adjacentes a rios de curso permanente. A Guiné-Bissau está situada numa zona potencialmente sensível aos efeitos das alterações climáticas. Desta forma, a cultura do arroz, importante para a segurança alimentar, deve ser objeto de caracterização e testagem em relação a condições de stress abiótico. A caracterização das numerosas cultivares usadas localmente, poderá ser um importante contributo para a seleção das variedades melhor adaptadas para as condições ambientais presentes e futuras.
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