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Agrotec

Mau tempo: Espanha pode ganhar com prejuízos dos agricultores de Odemira

Responsáveis de explorações agrícolas de Odemira admitem que os agricultores espanhóis podem vir a beneficiar com os efeitos do mau tempo de há uma semana na região e receiam perder clientes.

“Durante algumas semanas”, as duas quintas da Vitacress em Odemira (no Brejão e em Boavista dos Pinheiros), não poderão “fornecer produto com qualidade”, tendo a empresa de recorrer a outras unidades do grupo, “principalmente em Espanha”, explicou à agência Lusa um dos responsáveis de produção, Nuno Brissos.

“Neste momento, estamos a recorrer muito à empresa irmã do grupo, a Vitacress em Espanha, para fornecimento seja aos clientes portugueses, seja aos clientes estrangeiros”, confirmou Pedro Teixeira, responsável da quinta do Brejão, onde cerca de 90% da produção de ervas aromáticas e de vegetais ao ar livre ficou danificada.

Segundo informação institucional da empresa, a Vitacress Salads está presente no Reino Unido, Portugal e Espanha, onde explora cerca de 750 hectares de terrenos agrícolas, produzindo e comercializando saladas embaladas e prontas a comer.

A Vitacress está inserida no grupo RAR, que começou com a refinação de açúcar, na década de 60 do século XX, mas abrange hoje várias áreas de negócio, como a imobiliária.

Na Sudoberry, que estava, antes do temporal, a fornecer clientes noruegueses, só deverá voltar a haver exportação, com a mesma qualidade e quantidade, dentro de “mês e meio”, afirmou Sofia Rosendo, directora de produção.

A responsável da empresa de produção de morangos, com cerca de 60 hectares de estufas, estima que os prejuízos ascendam a mais de 150 mil euros e teme que os produtores espanhóis conquistem os seus clientes.

“O nosso medo é sempre que os nossos clientes vão ter de optar por outros fornecedores, provavelmente não aqui em Portugal, porque a maior parte das pessoas foram afectadas, mas os espanhóis, que são a nossa maior competição”, esclareceu.

Segundo Sofia Rosendo, as explorações em Espanha vão ter “uma porta de entrada para clientes que nós conseguíamos fornecer quase a 90%”, o que, para a Sudoberry, “potencialmente pode ser um problema muito grande”.

Fonte:  Lusa (via Agroportal)