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Maçã de Alcobaça estima atingir 50 mil toneladas até final da colheita

macaA poucas semanas do fim da colheita, os produtores de maçã de Alcobaça estimam que dos 1.200 hectares de pomar saiam este ano 50 mil toneladas do fruto que aposta na certificação para conquistar novos mercados.

Depois de o ano passado ter sido marcado por «baixos preços à produção», o produtor Ricardo Amaro admitiu à agência Lusa ter agora «boas expectativas» em relação à colheita, estimando retirar mil toneladas de maçã dos seus 13 hectares de pomar.

«Este ano está a ser um ano bom de produções, as maçãs estão com muito bom calibre, muito boa cor e a produção está a ser maior», assegurou o produtor.

A Associação de Produtores de Maçã de Alcobaça (APMA), entidade gestora da Indicação Geográfica Protegida do fruto produzido entre os concelhos de Leiria e Torres Vedras, reúne mais de mil produtores certificados, responsáveis pela produção integrada em 1.200 hectares de pomares de onde, até meados de Outubro, deverão ser colhidas 50 mil toneladas de maçã. Este sector emprega ao longo de todo o ano 2.500 pessoas.

Destas, cerca duas mil toneladas sairão dos vários pomares da Quinta do Matão, em Alcobaça, onde por estes dias a colheita decorre sob o olhar atento de Luis Henriques Filipe.

«Temos uma produção estimada idêntica à do ano anterior, nalgumas variedades um pouquinho mais noutras, um pouquinho menos, mas relativamente a esta variedade uma área de oito hectares em que devemos ter uma produção de 350 a 400 toneladas», explicou.

Para a colheita, os trabalhadores contam com o apoio de maquinaria, que contribui para que o produto tenha melhor qualidade e ao mesmo tempo os trabalhadores não sofrem «tanto desgaste».

As normas de qualidade estendem-se ao processo de conservação que garantirá a oferta da maçã nos mercados até ao início da próxima campanha. «Haverá maçã todo o ano» porque existem câmaras novas, com o frio de atmosfera controlada dinâmica do mais inovador que há agora e tem estado a resultar bem», assegurou Ricardo Amaro, sustentando que a fileira «está a conseguir bons resultados com esse frio sem se aplicar outros produtos».

Factores que, segundo Carla Simões, diretora da APMA, fazem da maçã de Alcobaça um fruto de «muita qualidade» e com «várias utilidades para além do consumo em fresco». Nomeadamente, «os transformados, os desidratados, os bolos, os iogurtes, os sumos, as papas», ou seja, «uma série de aplicações reconhecidas a nível das entidades de saúde e nutricionistas», acrescenta.

Os produtores que vendem a maçã, sobretudo para o mercado nacional, quer em grandes superfícies quer em lojas próprias, pretendem aumentar as exportações para a Europa e conquistar novos mercados como o Brasil.

«É sobretudo na Europa que nós pretendemos implementar a maçã de Alcobaça com as características que a distinguem de qualquer outra, porque é uma maçã com um equilíbrio muito bom em termos de açúcares e de ácidos, muito crocante e muito saborosa que queremos dar a conhecer ao público europeu», sublinhou a dirigente associativa.

Mas a tarefa afigura-se complicada num ano em que o bloqueio da Rússia aos produtos europeus, está «a causar um impacto enorme». A maçã europeia «que ia para Rússia, tem que ter outros canais de distribuição», o que está a dificultar a entrada em novos mercados e «a diminuir as quantidades e preços normais de venda em mercados como a Inglaterra, que é um mercado forte para a nossa maçã».

Fonte: Lusa (via Confagri).