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Agrotec

Low carbon farms: o futuro da agricultura começa em França

 A Agrotec viajou até à Bretanha, na região oeste de França, para conhecer uma agricultura amiga do ambiente. O setor dos laticínios é uma importante parte da economia regional. A Bretanha é a principal região produtora de leite francesa com 11.300 quintas, que produziram 5,6 milhões de toneladas de leite em 2017, cerca de 22% da produção nacional. Visitámos cinco quintas “Low Carbon” (Baixo Carbono), que são boas para o ambiente, para os seus animais e para os próprios agricultores. O projeto defende que os agricultores deve ser praticar uma agricultura económica e ambientalmente sustentáveis e, ter ainda, uma vida para além do trabalho.

A iniciativa “Low Carbon Dairy Farm” é apoiada e desenvolvida pela French Dairy Interbranch Organization (Cniel), com o objetivo de reduzir as emissões de gases de efeito estufa das quintas francesas produtoras de leite e derivados. Os produtores envolvidos na iniciativa recebem aconselhamento individual e personalizado e são-lhes propostas soluções, especificamente adaptadas às suas quintas e ambições.

Até à data, mais de 9 500 produtores de leite decidiram envolver-se na “Low Carbon Dairy Farm”. Contudo, os produtores desejam ir muito além e envolver todas as quintas produtoras de leite francesas, ou seja, 60 000 quintas. Se assim for, estima-se que cerca de 2 milhões de toneladas de CO2, possam ser evitados em 10 anos. O maior desafio é mesmo incentivar os agricultores a optar por esta nova forma de trabalhar.

A ideia é mostrar-lhes que eficiência económica é sinónimo de eficiência ambiental e é importante mudar e trabalhar no sentido da sustentabilidade, para que continuem com as suas profissões no futuro. Os jovens agricultores são subsidiados e são-lhes oferecidos “cupões” para os incentivar a ser “low carbon”. Se optarem por este via, recebem mais 5 000€. Um dos objetivos a curto prazo é o de reduzir a pegada de carbono das quintas leiteiras francesas em 17%, até 2025.

Ao visitarmos estas quintas e ao falarmos com os seus proprietários, dos mais novos aos quase reformados, dos que sempre o fizeram para os novos “nestas andanças”, percebemos que esta nova forma de olhar a agricultura, o bem-estar animal, o respeito pelos solos e a qualidade do que produzem é o mais importante e o fator chave para o sucesso de todas elas. Apesar da maioria trabalhar em quintas produtoras de leite e os seus objetivos serem muito idênticos, todas elas têm ideias próprias e formas distintas de trabalhar.

Um dos maiores desafios e o tema que todos eles abordaram são as alterações climáticas. Nos últimos 15 anos, a temperatura da terra aumentou entre 2 a 3º C. Se antes a chuva era previsível, agora cada vez chove menos e quando chove, muitas vezes, chove em demasia, estragando culturas inteiras. No inverno passado, o frio foi tal que congelou as vinhas.

Talvez por todas estas razões e os agricultores serem quem observa, bem de perto, esta realidade, que a tentam mudar, o pouco que podem. Juntos sabem que podem mudar muito.

Continue a ler este artigo publicado na edição n.º 44 da Revista AGROTEC, no âmbito do Dossier "Práticas Agrícolas Sustentáveis".

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