Investigadoras do CITAB associam-se às comemorações do Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência
Mais de metade da ciência produzida no Centro de Investigação e Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB) sai de mãos femininas, uma vez que 56% do universo de investigadores e bolseiros pertencem a este género. Nesta sexta-feira, dia 11, as investigadoras do CITAB associam-se às comemorações do Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência, este ano dedicado ao tema “Equidade, Diversidade e Inclusão: A Água une-nos”.
A timoneira desta Unidade de Investigação e Desenvolvimento (I&D) é, também ela, uma mulher. Ana Novo Barros foi eleita diretora do CITAB em 2017 e tem, desde essa data, testemunhado que o género não é um critério decisivo quando se procura a excelência na Ciência.
“São os princípios, a autonomia, as áreas de competência e os valores defendidos e transmitidos pelas mulheres na Ciência que nos conduzem à igualdade de género e acabam por confluir no exercício da cidadania atual”, explica a diretora.
O Dia Internacional das Mulheres e Raparigas na Ciência foi criado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 2015, como forma de alertar para a desigualdade de género que penaliza as oportunidades e as carreiras das mulheres nos domínios da Ciência, Tecnologia e Inovação.
Esta diferenciação por género não se verifica no CITAB e exemplo disso é a realidade que se vive no Laboratório de Ecotoxicologia. “Neste laboratório, onde monitorizamos ecossistemas aquáticos, trabalham atualmente quatro mulheres e três homens. Como a água, também nós diluímos qualquer questão de falta de igualdade. Mais importante é a dedicação e o empenho que cada investigadora e investigador põem no seu trabalho, a cada dia”, garante Sandra Monteiro, vice-diretora do CITAB e responsável por um dos 14 laboratórios desta Unidade de I&D.
Em Portugal, dados da Direção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, referentes a 2020, revelam que dos 104 681 investigadores existentes em Portugal, 42,4% são mulheres. Apesar destes valores, as mulheres estão em maioria nas áreas das ciências naturais, médicas, sociais, agrárias e veterinárias e também nas humanidades e artes, ficando atrás nas ciências exatas e nas engenharias e tecnologias.
Composto atualmente por 324 investigadores e bolseiros, o CITAB tem em curso 72 projetos nacionais e internacionais, sendo 19 deles coordenados por investigadoras.
As duas linhas temáticas do CITAB dividem-se em quatro tarefas: Monitorização integrada dos impactos climáticos e ambientais; Sustentabilidade nos ecossistemas agroalimentares e florestais; Inovação das tecnologias e processos e Valorização de bio-produtos e co-produtos. Quer nas linhas temáticas, quer nas tarefas, a divisão de responsabilidades faz-se de forma equitativa entre homens e mulheres a liderar.
O CITAB é um dos seis centros de investigação da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Na última avaliação da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) obteve um financiamento de 1.865.500€ para o período de 2020-2023 e recebeu a classificação de “Muito Bom”.