Indústria que utiliza moscas soldado-negro para produzir ração animal e fertilizante chega a Portugal
A start-up EntoGreen está a construir a primeira empresa que vai transformar desperdícios vegetais tanto em fertilizantes para os solos, como em proteína usada para a alimentação animal. A empresa está a ser construída na Zona Industrial de Santarém, com um investimento de 10,7 milhões de euros, e promete gerar 66 postos de trabalho. A EntoGreen é pioneira neste tipo de produção sustentável.
A EntoGreen vai utilizar os desperdícios da agroindústria da região, que poderão representar entre 1% e 3% da produção. O CEO da start-up, Daniel Murta, explica ao “Jornal de Negócios” que esta é «a criação de um setor produtivo completamente novo assente em economia circular. Em 15 dias transformam (os resíduos) em fertilizante orgânico e temos larvas de grandes dimensões que, no seu conjunto, são proteína», elabora.
A principal aposta será na alimentação de peixe e de animais de companhia, substituindo a soja - que representa, por vezes, 90% da proteína presente nestas rações - pela proteína obtida através das moscas soldado-negro.
«Ainda não fechámos contratos de fornecimento, mas temos perspetivas quer em Portugal quer no estrangeiro. Temos várias demonstrações de interesse nesta fase», adianta Daniel Murta. A EntoGreen prevê estar operacional a meio de 2022. Em cima da mesa encontra-se a possibilidade de ter uma faturação suficiente em 2023 e 2024 para construir uma segunda unidade em Santarém, uma vez que a procura de proteína animal é «muito superior à oferta».
Criada em 2014 com o objetivo de trazer a economia circular para o setor agroalimentar, a Entogreen recorre a insetos e aos desperdícios agrícolas para produção de concentrados proteicos para alimentação animal.
Fonte: Expresso