Horticultura intensiva: bom ou mau?
Desde há milhares anos que se procura aumentar o conhecimento sobre as plantas para controlar o seu desenvolvimento e aproveitar melhor as condições naturais para o seu cultivo. Num mundo onde a circulação de produtos alimentares era muito limitada, as populações dependiam da produção local e a escassez de alimento, em maus anos agrícolas, era causa frequente de crises marcadas pela fome. Graças às melhorias introduzidas na agricultura, a produção de alimentos aumentou (Hughes, 2012), permitindo o crescimento da população e a melhoria das condições de vida. Inicialmente, o aumento da produção agrícola foi conseguido por meio da selecção das plantas, da aplicação de matéria orgânica ao solo, do suplemento de água (6000 a.C.) e do uso de alfaias de mobilização do solo (3000 a.C.) (Hillel, 2022). Mais recentemente, a produção hortícola intensificou-se através de uma maior e mais equilibrada aplicação de fertilizantes, do desenvolvimento de equipamentos para mobilizar o solo e realizar outras operações culturais; do emprego de plásticos no fabrico de equipamentos de rega e da cobertura dos abrigos de cultivo; da generalização e melhoria da rega; do uso de novos produtos, naturais e de síntese química, para controlar pragas e doenças; do cultivo sem solo e, mais recentemente, da aplicação das novas áreas do saber à horticultura, como a electrónica, a informática, a cibernética e a robótica.
Texto por: Mário Reis 1,2,3
1 Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade do Algarve, Campus de Gambelas
2 MED – Instituto Mediterrâneo para a Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento, Universidade de Évora
3 CHANGE – Global Change and Sustainability Institute
mreis@ualg.pt
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Nota de Redação:
Artigo publicado na edição n.º 43 da Revista AGROTEC, no âmbito do Dossier "Produção de batata".
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