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Herdade Maria da Guarda é já o segundo maior produtor de azeite no país

azeite

Num ano marcado por uma forte quebra na produção mundial de azeite, Portugal contraria a tendência sendo previsivelmente o único país do mundo com a produção a não decrescer.

No Alentejo, onde se concentra cerca de 70% da produção de azeite nacional, a Herdade Maria da Guarda regista mesmo um crescimento com uma produção a rondar os 2 milhões de quilos de azeite, colocando-se como segundo maior produtor português, reforçando assim a sua posição enquanto empresa portuguesa independente, das maiores e mais eficientes na produção de azeite.

Localizada em Serpa, a Herdade Maria da Guarda iniciou em novembro de 2016 a colheita do presente ano, com um novo recorde absoluto de produção de azeite em perspetiva: cerca de 2 milhões de quilos de azeite nos cerca de 1600 km de olival em sebe plantados na Herdade e em terrenos vizinhos.

No total são 1,1 milhões de oliveiras que, em conjunto com o seu lagar, produzem 100% de azeite virgem extra, de qualidade superior e com acidez entre 0,2 e 0,5%.

Toda a produção de azeite da Herdade Maria da Guarda é dedicada à exportação, para países como o Brasil, Espanha, China e, principalmente, Itália.

O facto de em Portugal mais de 70% de azeite produzido ser de elevada qualidade, aliado à apanha que inicia mais cedo que nos restantes países produtores e o acesso à rega do Alqueva, o maior lago artificial da Europa, contribuem para que o azeite produzido na Herdade Maria da Guarda seja alvo de uma enorme procura.

João Cortez de Lobão, acionista da Casa Agrícola Cortez Lobão, explica que «este foi um ano muito bom para a Herdade Maria da Guarda em que conseguimos bater novamente recordes de produção de azeite. No Alentejo existem excelentes condições para manter a produção mesmo num ano em que o mundo sofre quebras e, para além disso, produzimos um azeite de excelente qualidade que nos permite fazer os acordos de exportar 100% da nossa produção ainda antes de ter início a apanha».

A Herdade Maria da Guarda contribui também para uma pegada ecológica positiva.

As 1,1 milhões de oliveiras da Herdade Maria da Guarda produzem anualmente oito toneladas de oxigênio para o país. Cada duas oliveiras, por exemplo, limpam da atmosfera a poluição anual de um automóvel.

O azeite produzido na Herdade Maria da Guarda é considerado biológico pelos critérios norte-americanos, resultante de análises microscópicas realizadas e que considera os níveis de registo de pesticida quase inexistentes.

Essa é também uma das grandes razões que origina a grande procura por parte de embaladores italianos à Herdade de Maria da Guarda, que apenas utiliza químicos se e quando a análise das folhas da árvore determina essa necessidade.

Esse método norte-americano de análise do azeite permite valorizá-lo ainda mais e classifica-o com prémio nos mercados dos Estados Unidos da América.

Localizada em Serpa, a Herdade de Maria da Guarda está integrada na Casa Agrícola Cortez de Lobão há mais de três séculos. Mas foi há 11 anos que tudo mudou, quando João Cortez de Lobão decidiu deixar a Gestora de Fundos de Investimento do Grupo BCP, onde era administrador, para se tornar empresário agrícola.

Em 2005, a Herdade Maria da Guarda produzia 500 quilos de azeitona e, fruto de um investimento de cerca de 16 milhões de euros, realizado na expansão dos olivais e na modernização do processo de produção e fabricação de azeite virgem extra destinado à venda a granel, atinge em 2016 um novo recorde nesta casa agrícola, que representa mais de 2% da produção nacional.

Com 600 hectares de terras, 1,1 milhão de oliveiras plantadas e três linhas no Lagar, a Herdade Maria da Guarda multiplicou exponencialmente o número de postos de trabalho, empregando atualmente mais de três dezenas de pessoas, para o que também contribuiu a mecanização do olival e o acesso à rega do Alqueva.

A apanha na Herdade de Maria da Guarda, iniciada em novembro, é realizada com recurso a quatro máquinas "cavalgantes" que andam à velocidade constante de 1,8 km/h por cima das sebes de oliveiras.

Cada máquina, com um colaborador a manobrar, apanha 80 toneladas de azeitona por dia, sempre limpa sem sequer cair no chão, que segue em contínuo para o lagar da Herdade Maria da Guarda. Desta forma, a azeitona colhida é transformada em azeite fresco em menos de seis horas, preservando a qualidade.

O lagar da Herdade de Maria da Guarda é hoje um dos maiores lagares privados do país com uma capacidade para transformar em azeite entre 800 a 900 toneladas de azeitona por dia.