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Agrotec

Governo da China lança campanha para apoiar transgénicos

arroz--644x362O governo chinês lançou uma campanha na Comunicação Social para apoiar sementes e grãos geneticamente modificados, num momento em que sofre com uma onda de publicidade negativa sobre esta tecnologia, mas que as autoridades chinesas acreditam que terá num futuro próximo um papel essencial na garantia da segurança alimentar no país.

O Ministério da Agricultura chinês anunciou no início da semana que irá tentar informar o público sobre transgénicos (OGM) através da televisão, jornais e internet.

O governo espera abafar um sentimento anti-transgénicos que ganhou força após uma série de incidentes, como relatos de que uma variedade de arroz geneticamente modificado foi vendido ilegalmente num supermercado no centro do país.

Há já algum tempo que Pequim apoia os transgénicos, que são vistos como amplamente seguros e uma ferramenta importante para ajudar a alimentar a maior população do mundo.

Por outro lado, críticos afirmam que a tecnologia pode impor riscos à saúde e, embora a China autorize a importação de alguns grãos transgénicos, o cultivo doméstico ainda não foi autorizado.

A China importa milhões de toneladas de soja transgénica todos os anos para alimentar o maior rebanho de suínos do mundo e para produzir cerca de 40% do óleo vegetal consumido no país.

A China consome cerca de um terço de toda a soja produzida no planeta.

“Nós criaremos uma atmosfera social que seja benéfica para um desenvolvimento saudável da indústria de transgénicos”, disse o Ministério da Agricultura num comunicado.

Episódios negativos

Uma série de episódios negativos este ano em certos alimentos transgénicos atrasaram o já lento progresso em direção a um cultivo doméstico e pode ter tido um papel significativo na redução de importações de alguns grãos.

A descoberta de uma variedade de milho transgénico ainda não aprovado por Pequim em carregamentos enviados pelos Estados Unidos, com a proibição da entrada das cargas, causou turbulência no mercado, com a trading Cargill estimando as perdas em mais de 90 milhões de dólares.

O país também suspendeu o processo de aprovação de importação de uma variedade de soja transgénica, citando “baixa aceitação pública” a alimentos do género, segundo duas fontes familiarizadas com o assunto.

A China já gastou milhares de milhões de yuan (moeda chinesa) para desenvolver os seus próprios grãos transgénicos e aprovou a comercialização de duas variedades de arroz resistente a infestações, além de um milho modificado, em 2009.

No entanto, preocupado com a forte oposição à tecnologia transgénica, o governo nunca levou adiante o cultivo.

Num discurso no mês passado, cujo conteúdo foi publicado apenas esta semana, o presidente chinês Xi Jinping pediu que a indústria seja ousada na competição com investigadores de biotecnologia estrangeiros.

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