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Agrotec

Gestão de pragas do solo em horticultura biológica: nemátodes fitoparasitas

Por: Carla Maleita1,2, Isabel Abrantes2, Rosa Guilherme3,4

1 Centro de Investigação em Engenharia dos Processos Químicos e dos Produtos da Floresta (CIEPQPF), Departamento de Engenharia Química, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra

2 Centre for Functional Ecology (CFE), Departamento de Ciências da Vida (NEMATO-lab), Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade de Coimbra

3 Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro

4 Centro de Estudos de Recursos Naturais Ambiente e Sociedade (CERNAS), Instituto Politécnico de Coimbra

RESUMO

Na última década, a horticultura biológica, em Portugal, tem vindo a ganhar relevância, ocupando, em 2020, uma área de 4029 ha. A maioria dos nemátodes parasitas de plantas e, sobretudo os nemátodes das galhas radiculares (NGR), Meloidogyne spp., são responsáveis por perdas significativas em culturas economicamente importantes. A preocupação pela proteção do ambiente e da saúde humana tem vindo a aumentar a necessidade de identificar nematodicidas de origem natural, com impacto reduzido nos ecossistemas, bem como definir estratégias sustentáveis. Com o objetivo de diminuir o impacto de NGR na produção de tomate e encontrar alternativas à aplicação de nematodicidas, está a ser realizado um ensaio em estufa com quatro esquemas culturais: 1) pousio (P, pousio-tomateiro); 2) sideração de brássica (B, pousio-Brassica juncea--tomateiro); 3) incorporação de estrume (E, estrume-pousio-alface-tomateiro); e 4) convencional (C, pousio-alface-tomateiro). Após um ano de ensaio verificou-se que a produção total de tomate/talhão foi significativamente inferior no pousio.

INTRODUÇÃO

Em Portugal, aliada a um modo de produção mais saudável e sustentável, a horticultura biológica tem vindo, na última década, a ganhar relevo. Segundo dados provisórios da Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR, 2023) a área ocupada pela horticultura biológica, em 2020, foi de 4029 ha aos quais acrescem 347 ha em conversão, enquanto em 2013 foi de 892 ha acrescidos de 108 ha em conversão. A produção de produtos hortícolas no Modo de Produção Biológico (MPB) é exigente em conhecimentos técnicos especializados. O conhecimento dos principais inimigos e auxiliares das culturas, a gestão sustentável do solo e da água são fundamentais, uma vez que contribuirão para a adoção de estratégias de proteção promotoras do equilíbrio do ecossistema.

Na presença de solos biologicamente equilibrados, as populações de nemátodes não patogénicos, onde se incluem os nemátodes bacteriófagos, fungívoros, omnívoros e predadores, são muito mais abundantes do que as de nemátodes inimigos das culturas (nemátodes parasitas de plantas, NPP). Os prejuízos causados por NPP dependem não só das densidades populacionais destes organismos no solo no início da cultura, da suscetibilidade e densidade de plantação, e da temperatura do solo, mas também da fertilidade do solo e do equilíbrio na comunidade de nemátodes.

Artigo publicado na edição n.º 47 da Revista AGROTEC.

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