Futuros agrónomos testaram conhecimentos no “24H Agricultura Syngenta”
Foram 24 horas sem parar em que os futuros agrónomos vindos de todo o país e também de Espanha testaram conhecimentos em cerca de 30 provas tão diferentes como calibrar um pulverizador, calcular a área da parede foliar num pomar, montar um sistema de rega, calcular o arraçoamento de bovinos ou negociar financiamento para uma exploração agrícola.
Da Escola Superior Agrária de Coimbra, a 1 e 2 de abril, no âmbito da iniciativa “24H Agricultura Syngenta”, 150 alunos saíram mais ricos em competências técnicas e rede de contactos para a vida profissional.
Os vencedores serão anunciados a 22 de abril, numa cerimónia a realizar na ESAC, coincidindo com as comemorações dos 130 anos desta instituição de ensino.
Nesta 2ª edição das “24H Agricultura Syngenta” a estória desenrolou-se a partir de uma premissa que orientou toda a competição. Domingos Almeida, presidente da Associação Portuguesa de Horticultura (APH), deu o mote no início do dia: «a partir deste momento, deixam de ser estudantes e passam a ser quadros técnicos do Chalé do Bispo, empresa familiar que se dedica à fruticultura, horticultura e pecuária, e que em 2015 faturou 2, 5 milhões de euros. No entanto, no último ano, surgiram rumores sobre a estabilidade financeira da empresa e, todas as decisões que tomarem a partir de agora, devem ter em conta este facto».
Seguiram-se cerca de 30 provas, entre desafios teóricos e práticos que foram acontecendo ao longo das 24 horas.
As provas práticas concentraram-se ao longo do dia, no campo, e as provas teóricas foram divididas entre o período diurno e noturno no quartel-general do evento, um antigo armazém adaptado à competição. O aquecimento começou com o desafio de escrever um artigo técnico sobre a Agricultura de Precisão, o tema desta edição das 24H Agricultura Syngenta.
O primeiro contato com as novas tecnologias surgiu através de uma curta formação sobre a plataforma informática Geofolia, da Isagri, repositório de toda a informação necessária à gestão de uma exploração agrícola acessível via smartphone.
Munidos da aplicação informática, os estudantes foram convidados a pôr as mãos na terra, com uma prova de plantação de alfaces (cedidas pela Germiplanta) e instalação de um sistema de rega da Magos Irrigation Systems.
Ao lado, a Tecniferti lançava as bases teóricas para uma prova sobre fertilização de precisão, tecnologia em que é pioneira em Portugal.
Ainda na manhã de sábado, os estudantes foram desafiados pela Syngenta a detetar a doença presente num pomar de pessegueiros e a medir a parede de área foliar, informação essencial para calcular a quantidade de fungicida e o volume de calda a aplicar. Enquanto isso, outras equipas aprendiam mais sobre os critérios de avaliação da qualidade de framboesas para exportação, a convite da Hubel Agrícola, um dos maiores produtores nacionais deste pequeno fruto.
Seguiram-se a prova de utilização e conhecimento de máquinas e alfaias agrícolas, com o apoio da Herculano Alfaias Agrícolas, a prova de inspeção de pulverizadores, obrigatória por lei desde 2016, e o roteiro de calibração de um pulverizador. Estas últimas da autoria da Syngenta, John Deere e Pulverizadores Rocha.
Através da aplicação My John Deere os estudantes contactaram com plataformas de agricultura de precisão ligadas aos tratores da marca através do sistema ISOBUS, e puderam aceder em Coimbra ao que se passava num campo da Golegã.
Domingos Almeida, presidente da APH, não tem dúvidas: «a APH voltou a proporcionar a 150 alunos do ensino agrário português, e pela primeira vez também a alunos espanhóis, uma experiência pedagogia disruptiva. Este ano o valor agrícola de nova geração foi estimulado através das tecnologias da agricultura de precisão e de exatidão. Os concorrentes experienciaram a revolução tecnológica da nossa agricultura através de provas técnicas e comportamentais e de teste às suas capacidades sistémicas e conceptuais. É desta forma que a APH, junto com 11 empresas que estão a gerar inovação no setor agrícola, está a ajudar os futuros engenheiros e técnicos agrónomos a transitar para a vida ativa».