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Agrotec

Europa e Ásia Central não escapam a problemas de nutrição, diz a FAO

As deficiências de vitaminas e minerais, o atraso no crescimento e a obesidade persistem em alguns países da região

 255e8d77adEncarando como um todo e olhando apenas para a ingestão de calorias, os 53 países europeus e da região central asiática devem ver a fome decrescer para 1% desta população em 2050. Porém, um olhar mais atento revela problemas de nutrição nestes países atualmente.

Esta é a fotografia tirada pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em vésperas da Conferência Regional para a Europa, que se realiza em cada dois anos e que começa amanhã em Bucareste, na Roménia.

O último relatório da FAO centrado no Estado da Alimentação e da agricultura na Europa e Ásia Central assinala que “ a ingestão calórica como medida de subalimentação não é hoje o principal problema”, ainda que existam exceções num punhado de países.

Dietas que estão longe de ser ótimas, crianças com atraso de crescimento

Para muitos dos países incluidos no estudo, um problema mais importante é a falta de ingestão adequada de micronutrientes e a falta de qualidade na dieta.Neste aspeto, estes países situam-se frequentemente em níveis inferiores ao de outras regiões do mundo

A percentagem de crianças menores de 5 anos com atraso no cerscimento no grupo de países de Cáucaso e Ásia Central é mais do triplo daquele que se regista na Comunidade Europeia de Estados Independentes (CEI), onde se situa em 6%.

Em dois dos países do grupo da Europa sudoriental detetou-se uma taxa relativamente alta de atraso no crescimento infantil.

As dietas de alguns países definem-se como monótonas. Neles, os mais pobres obtêm 73% da sua ingestão de calorias proveniente dos cereais, e apenas 10% de produtos lácteos ou cárnicos. Por outro lado, os que contam com rendimentos mais altos têm dietas mais equilibradas, com apenas 48% de calorias precedentes das calorias procedentes dos cereais e 29% de produtos animais.

A produção de frutas e hortaliças no Cáucaso e Ásia Central está a aumentar, segundo o relatório, uma tendência que dá motivos de esperança para uma melhoria na diversidade e qualidade da dieta.

A obesidade supera a média mundial

Nos países examinados detetou-se um número crescente de pessoas com excesso de peso. Quase 48% da população nos países do Cáucaso e Ásia Central, e mais de 50% dos países na Comunidade Europeia de Estados Independentes (CEI) e os países da Europa do sudoeste, têm excesso de peso ou são obesos, segundo os standards da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Preço dos alimentos alto e volátil

A nível dos consumidores, uma média de 30% dos rendimentos das famílias nos países do Cáucaso e Ásia Central é gasto em alimentos – em contraponto com os 10% na Alemanha, ou 13% na República Checa. As famílias mais pobres tendem a gastar uma percentagem muito maior dos seus rendimentos, em alguns casos de até 70%.

O camino a seguir:

As perspetivas para a saúde e o desenvolvimento humano nos 18 países incluídos no relatório dependerá em grande medida das decisões de políticas dos seus governos. A recomendação básica é clara: “os governos devem centrar-se no desenvolvimento e na implementação de um objetivo integral para a reativação do setor agrícola e rural”

Para além disso é defendido:

- Abandonar a produção extensiva e a dependencia de um ou dois productos básicos

- Crescimento económico generalizado

- Evitar os subsidios ao consumo e o controlo dos preços

- Programas de redistribuição da renda e redes de segurança social dirigidos às populações mais vulneráveis

- Comércio e cooperação internacional

- Um sistema científico e tecnológico sólido que estimule a inovação agrícola

O relatório Estado da agricultura e da alimentação na região, e perspetivas para o futuro foi elaborado com o objetivo de alimentar os debates dos países membros na 29ª Conferência Regional da FAO para a Europa. Está programado para ser debatido dia 2 de Abril. Um total de 44 delegações de diferentes países participarão.

Ler aqui.