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Agrotec

Embargo russo à importação de carne suína da U.E. pode trazer graves repercussões

porcosDesde a semana passada, o governo russo fechou as suas fronteiras ao suíno (carne e animais) da U.E.. O motivo do embargo é a confirmação que dois javalis na Lituânia tinham peste de porco africana (PPA). Esta medida é considerada desmesurada por parte da U.E., dado a proibição não recair apenas no país afetado mas também sobre os restantes 27 países membros, a maioria dos quais situados a muitos quilómetros de distância do foco.

A Russia é o principal cliente de carne de porco da U.E. Nos primeiros 11 meses de 2013 importou 701.226 tn de carne de porco proveniente da U.E., o que representa 24.4% do total das exportações comunitárias de suíno. Por isso, o embargo, a prolongar-se no tempo, vai ter um grande impacto nas exportações.

Já se começou a notar o impacto, tanto psicológico como efetivo da medida, nas cotações de mercado.

Existem analistas que estimam que este vazio deixado pelas exportações comunitárias pode ser ocupado pelas exportações de porco dos E.U.A.

Contudo, nos E.U.A. está a circular o vírus da diarreia epidémica de porco (PED). Existem já mais de 2.000 explorações afetadas em mais de uma vintena de vintena de estados afetados e, para além disso, o vírus já chegou ao Canadá. Segundo o Rabobank, a repercussão desta enfermidade no setor suíno norte-americano vai ser mais relevante do que inicialmente estimou o Departamento de Agricultura daquele país (USDA), afetando a possibilidade de crescimento da produção em 2014 e reduzindo as oportunidades de exportação.

A repercussão do embargo não é apenas negativa para a U.E., que perde a possibilidade de exportar carne, mas também para a industria de carne russa, que teme ficar sem matéria prima para abastecer-se.

Os operadores esperam que as autoridades comunitárias consigam uma solução nesta semana, com algum tipo de regionalização ou garantias adicionais. Na passada semana, os serviços da Comissão Europeia ofereceram excluir a Lituânia da certificação de exportações à Russia, como atualmente se encontra na Sardenha pela existência de PPA. Contudo, as autoridades russas não aceitaram esta regionalização.

Estão afetados pela proibição a carne e preparados de carne crua de porco, porcos para reprodução, porcos para sacrifício e leitão para engorda. As autoridades russas deram instruções aos seus serviços de inspeção nas fronteiras para que as partidas dos produtos afetados, que vão acompanhados com certificados veterinários com data anterior a 27 de janeiro sejam retidas, sem direito a expedição até que se realizem provas analíticas esclarecedoras.

Fonte: Agrodigital.com