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Agrotec

Conheça o vírus da tristeza dos citrinos

O afídio ou piolho castanho oriental dos citrinos é um inseto que ataca todas as espécies cítricas, tais como o limoeiro, a laranjeira e a tangerineira. Trata-se de uma praga muito perigosa, não só pelos prejuízos diretos que pode provocar, quando ataca os rebentos, as flores ou, por vezes, os frutos jovens, mas, sobretudo, por ser vetor do vírus da tristeza dos citrinos, que é considerada a doença mais grave dos citrinos a nível mundial.

Citrinos

As árvores atacadas pela “tristeza” manifestam murchidão e enfraquecimento progressivo, com amarelecimento das folhas, que ficam mais pequenas, duras e pendentes. Os frutos, embora por vezes mais abundantes e precoces que o normal, ficam com tamanho reduzido.

Mais tarde, as folhas caem e os ramos terminais ficam desnudados, acabando por secar. Estes sintomas podem ser confundidos com outros, provocados por ratos, nemátodes, gomose radicular ou asfixia das raízes por excesso de água no solo.

Uma sintomatologia mais específica é a necrose dos tecidos do porta-enxerto, que pode ser observada ao levantar a casca da árvore, na zona da enxertia. Por vezes, ao nível da linha de enxertia e do lado da casca, vêem-se umas agulhas de madeira muito finas, que penetram no tronco.

As árvores atacadas tanto podem morrer ao fim de poucos meses, como viver durante muitos anos, mas sempre fracas e pouco produtivas. O aspeto e a intensidade dos sintomas variam com múltiplos fatores, nomeadamente com a espécie e variedade da planta hospedeira, incluindo a combinação cultivar/portaenxerto, a estirpe do vírus, as condições edafo-climáticas e a maior ou menor quantidade de insetos vetores presentes no local. A intensidade dos sintomas varia, também, ao longo do ano, sendo mais elevada na Primavera e no Outono

Tanto o Toxoptera citricidus como a “tristeza” foram detetados, pela primeira vez, no território nacional, em 1994, na ilha da Madeira. No território continental, a presença de T. citricidus tem sido detetada a partir de 2003 na região de Entre Douro e Minho.

Alguns focos da “tristeza” foram igualmente detetados na região, tendo sido sujeitos às medidas de erradicação previstas na lei.

O complexo de vírus da tristeza é responsável por elevada mortalidade nos citrinos. Estes vírus não foram, até à data, detetados em certas regiões, mas, face à presença do afídio vetor no Entre Douro e Minho e à sua possível contribuição para a dispersão do vírus da tristeza, recomenda-se:

  • A utilização de porta-enxertos tolerantes à tristeza, em novas plantações (Poncirus trifoliataCitrus junus (Yuzu), Citrus macrophylla, Citrus wolkameriana, Citranja Carrizo, Citranja Troyer, Citrumelo Swingle, entre outras.
  • Não utilizar a laranjeira azeda como porta-enxerto, pois é extremamente sensível ao vírus da tristeza.
  • Vigiar e combater o piolho castanho nas árvores em que seja detetado.

No Modo de Produção Biológico são autorizados aficidas à base de azadiractina (ALIGN, FORTUNE AZA) para a luta contra o piolho castanho oriental.

FONTE: DRAPN e Estação de Avisos de Entre Douro e Minho