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Agrotec

China fecha acordo de importação de milho do Brasil

Objetivo é diminuir a dependência do grão norte-americano.

milho

A China anunciou na passada terça feira ter aprovado, formalmente, um acordo com o Brasil para a importação de volumes consideráveis de milho. O objetivo é reduzir a dependência dos Estados Unidos, que hoje fornecem mais de 90% do grão comprado por aquele gigante asiático. Com este acordo, o governo chinês espera diversificar e aumentar a oferta de milho no país, cuja procura cresceu 39 vezes em volume entre 2009 e 2013, embora as importações representem apenas 2% do consumo nacional.

O acordo foi assinado dia 31 de março pela Administração Geral de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena da China. Segundo analistas, o documento levou meses para ser preparado até que a China decidisse quais tipos de milho produzidos pelo Brasil são aceitáveis para compra.

Segundo maior exportador mundial de milho, atrás apenas dos EUA, o Brasil não é o primeiro país latino-americano a firmar um contrato com a China. Em julho do ano passado, a Argentina, terceiro maior exportador global, fez sua primeira venda de peso para a nação asiática: 66 mil toneladas.

Em 2013, o Brasil chegou a vender alguns lotes para a China, mas totalizando poucas centenas de toneladas. Volumes maiores, como os que devem ser observados a partir de agora, só se tornaram possíveis com um pacto fitossanitário acordado entre os dois países em novembro, como anunciado na época pelo então ministro da Agricultura brasileiro, António Andrade.

O novo contrato colocará o Brasil no grupo de países com os quais a China tem relações para importação de milho.

Em 2012, os Estados Unidos chegaram a responder por 98% de todas as importações chinesas, participação que caiu para 91% em 2013, ano em que um lote de 545 mil toneladas foi rejeitado por conter milho geneticamente modificado não permitido por Pequim.

Os temores chineses são de um déficit de milho nos próximos anos por causa da aquecida procura da indústria de gado e de processadoras de alimentos. Altos funcionários do governo dizem que essa procura deve continuar firme e que a tendência é de a China importar cada vez mais milho.

Para garantir o abastecimento, Pequim não está apenas fazendo acordos com outros países. Neste ano, a estatal de grãos chinesa Cofco adquiriu 51% da trading holandesa Nidera por 1,2 mil milhões de dólares, e também formou uma joint venture com a divisão de agronegócio da Noble Group, com sede em Hong Kong, por 1,5 mil milhões de dólares.

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