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Agrotec

Cereja do Fundão aposta em novos canais de venda para chegar a casa dos portugueses

A Cereja do Fundão desafia os portugueses para dois dedos de conversa e, a partir de 18 de maio, chegará a casa das famílias através de novos meios de distribuição, como vendas online e cabazes de frutas e legumes.

Cereja Fundão 2020 Campanha Marketing Digital

Promovida pela Câmara Municipal do Fundão, a Campanha da Cereja do Fundão 2020 inspira-se no provérbio “As Conversas são como as Cerejas” e, além dos novos canais de venda, inclui um leilão virtual, entregas de cereja aos participantes do projeto “Apadrinhar uma Cerejeira do Fundão”, live cookings e um festival de conversas em direto do Instagram.

«A Cereja do Fundão é um fruto excecional e num contexto como aquele que vivemos é essencial usar novas ferramentas de promoção para chegar mais perto dos consumidores. Com a pandemia de Covid-19, criámos um código de boas práticas para a apanha da cereja, garantindo total segurança aos produtores, trabalhadores e clientes finais. Criámos também um novo modelo de comercialização e, além dos parceiros comerciais e grande superfícies vamos reforçar, as cadeias mais curtas de abastecimento», diz Paulo Fernandes, presidente da Câmara Municipal do Fundão, adiantando que haverá mais novidades nos próximos dias.

A programação dos eventos da campanha Cereja do Fundão 2020 já está disponível.

Prejuízos de oito milhões com quebra de produção

Este ano, as quebras de cerca de 70% na produção de cereja do Fundão, devido a condições meteorológicas adversas, vão causar um prejuízo direto de cerca de oito milhões de euros.

«Se pensarmos que, em anos normais, a componente 'pura e dura' da comercialização de cereja pode andar na casa dos 12/13 milhões de euros, podemos estar a falar cerca de oito milhões de euros de perda. Estamos a falar de facto de uma perda muito significativa», apontou o presidente do município, que falava na conferência de imprensa de apresentação da campanha Cereja do Fundão 2020.

A apanha do fruto já começou e este ano será condicionada, não só pelas circunstâncias causadas pela pandemia (foram adotadas novas medidas de proteção), mas, sobretudo, pelas «elevadas perdas» registadas devido às condições meteorológicas «muito adversas», que ocorreram entre finais de março e início de abril. «Inicialmente apontámos para uma quebra de cerca 50%, mas os últimos números apontam para cerca de 70%», especificou Paulo Fernandes.

A produção de cereja neste concelho estará assim reduzida a pouco mais de duas mil toneladas, quando noutros anos ronda as sete mil. Sublinhando a preocupação com a situação, Paulo Fernandes recordou ainda que mesmo que haja alguma rentabilização do produto, tal «nunca vai compensará» as perdas elevadas que os produtores vão registar.

Além disso, lembrou, os impactos negativos serão ainda mais elevados e abrangentes se as contas englobarem todo o investimento que gira à volta da fileira de cereja, criando uma economia que valerá cerca de 20 milhões de euros anuais, neste concelho. Estas questões serão também apresentadas à tutela numa visita que a ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, deverá fazer ao concelho no dia 22.

O Fundão tem entre 2 000 a 2 500 hectares de pomares de cerejeiras e é considerada a principal zona de produção de cereja a nível nacional. Em março, a Comissão Europeia aprovou o pedido para que a 'Cereja do Fundão' seja um produto de Indicação Geográfica Protegida.