FacebookRSS feed

Agrotec

Centenas de especialistas debateram em Faro o futuro da Horticultura Biológica

A Associação Portuguesa de Horticultura (APH) reuniu 175 investigadores, técnicos e empresários na Universidade do Algarve, de 17 a 19 de Março, para debater o futuro da Horticultura Biológica. Cerca de 20 empresas associaram-se como patrocinadores do IV Colóquio Nacional de Horticultura Biológica.

A área dedicada à Agricultura Biológica (AB) na Europa é de 10 milhões de hectares, sensivelmente a dimensão geográfica de Portugal. No espaço de uma década o valor das vendas cresceu 11%, atingindo 22,2 mil milhões de euros (em 2013) e a procura de alimentos biológicos continua a aumentar. Portugal é deficitário na produção de alimentos biológicos, nomeadamente hortofrutícolas frescos, existindo por isso potencial para aumentar a produção nacional em Modo de Produção Biológico (MPB).

No IV Colóquio Nacional de Horticultura Biológica diversos empresários e agricultores partilharam as suas experiências, falaram dos desafios técnicos da produção e das estratégias de marketing e vendas. Entre as empresas presentes estiveram: a Herdade do Esporão (200 hectares de vinha e 80 hectares de olival em MPB), a Biofrade (2800 toneladas/ano hortícolas em MPB), a Horticilha, (7 hectares tomate e pepino biológico), a Herdade dos Lagos (1000 hectares com vinha, olival, alfarroba, ovelhas em MPB) e o Cantinho das Aromáticas.

Os oradores deixaram um tom de otimismo sobre o aumento da procura de alimentos biológicos. «O mercado biológico cresce a ritmo elevado, estão a surgir muitas lojas bio. Estamos muito otimistas quanto ao futuro na componente da produção, porque tudo o que é importado pode ser produzido em Portugal. A oportunidade está sobretudo nos produtos transformados», afirmou Pedro Gonçalves da Mercearia Bio, empresa de Portimão, cujas vendas cresceram 35% em 2015.

Atualidades Científicas na Horticultura Biológica Portuguesa

No Colóquio foram atualizados os desenvolvimentos da investigação científica em AB, decorridos nos últimos 4 anos, tendo-se discutido novas perspetivas de fertilização, de conservação do solo, a utilização da limitação natural na proteção das culturas e dos nematodes, não só como inimigos das culturas, mas também como indicadores das cadeias tróficas do solo. Na área dos produtos, foram relevadas informações alarmantes sobre a prevalência de bactérias patogénicas resistentes a antibióticos nas hortaliças.