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Agrotec

O impacto da greve no setor agrícola segundo a CAP

A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) entregou uma lista de necessidades ao Governo. O documento, ainda em atualização, identifica uma rede de depósitos apropriados, para abastecimento exclusivo para os agricultores em colheita, e seus transportadores, e defende que se garanta pelo menos um posto de abastecimento prioritário por sede de concelho que, além de gasóleo rodoviário, faculte também gasóleo agrícola.

Texto: Ana Catarina Monteiro

A CAP reitera a sua preocupação com os impactos imediatos e muito abrangentes que poderão resultar da greve anunciada para dia 12 de agosto, nomeadamente a perturbação do abastecimento de combustível aos equipamentos agrícolas em operação nas áreas onde decorrem colheitas, particularmente de produtos muito perecíveis, como fruta, tomate de indústria, hortícolas, leite, bem como o seu transporte para os respetivos destinos.

"Nos últimos dias, a CAP intensificou a comunicação com a sua rede de associações agrícolas de todo o país, solicitando o envio urgente de informação tendo em vista a identificação dos locais que se pretende sejam considerados locais prioritários de abastecimento. A informação continua a ser recolhida e, mediante as atualizações, a ser enviada para o Governo através do Ministério da Agricultura, para que esta seja incluída na definição dos locais e da logística associada à necessária 'operação de emergência' que assegurará a operacionalidade de setores e atividades fundamentais ao funcionamento do país", lê-se no comunicado da CAP.

Como indicação genérica, a confederação considera fundamental que haja postos de abastecimento prioritários em todas as sedes de concelho. "Pelo menos um posto em cada sede de concelho, com capacidade de facultar gasóleo rodoviário, mas também gasóleo agrícola".

Além destes, existem locais específicos, em particular nas regiões onde as colheitas estão já a decorrer, como associações agrícolas, cooperativas, entre outras, que possuem depósitos apropriados e que poderão servir de locais específicos de abastecimento para os agricultores em colheita e seus transportadores.

"Adicionalmente, é crucial garantir o funcionamento das próprias fábricas, assegurando-se que estas têm como abastecer-se. Por exemplo, as fábricas de transformação de tomate funcionam com nafta, ou gasóleo, e têm de ser abastecidas numa base quase diária. Se as fábricas pararem os produtos perdem-se na mesma. Tem que se garantir que a cadeia de valor da agricultura em colheita é assegurada", defende a CAP.

Regiões como o Douro e o Minho, o Oeste e a Lezíria do Tejo, o Alqueva e o SW Alentejano, o Mondego e o Fundão, onde estão a decorrer colheitas como a do pêssego, entre outras, possuem locais próprios que, se forem devidamente abastecidos, retiram da circulação das estradas centenas de viaturas na busca de postos onde o cidadão comum procurará o seu abastecimento. Esses locais foram identificados numa lista enviada ao Governo que a terá tido em consideração e análise na reunião do Conselho de Ministros realizada ontem, aguardando-se que a todo o momento as conclusões sejam oficialmente anunciadas.

A CAP continuará a colaborar ativamente com o Governo, por forma a garantir que o setor agrícola em colheita, incluindo as necessidades específicas da pecuária, sejam atendidas.