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Agrotec

Camponeses de 6 países procuram em Maputo estratégias contra expropriação de terra

Mais de 200 representantes de associações de camponeses de seis países estão reunidos em Maputo na II Conferência Internacional Camponesa sobre Terra para estudar estratégias para “deter a usurpação de terra dos camponeses” pelo sector privado.

Apesar de a expropriação de terra ser uma preocupação comum a todos países presentes na conferência, a promotora da iniciativa, a União Nacional dos Camponeses de Moçambique (UNAC), pretende reforçar o apoio de parceiros internacionais contra o ProSAVANA, um programa de desenvolvimento agrário entre os governos de Moçambique, Brasil e Japão.

Idealizada para ser implementada em 19 distritos de três províncias do centro e norte de Moçambique, a iniciativa tem sido alvo de críticas da (UNAC), a principal organização de defesa da classe em Moçambique, por alegadamente poder resultar em expropriações de terra e desmantelamento das condições de vida das comunidades em prol de culturas de rendimento para exportação.

“Vamos deter o ProSAVANA, porque o que os três governos estão a fazer não serve os camponeses, promove a mercantilização da agricultura, da terra e do homem”, disse no encontro o oficial de advocacia e cooperação da UNAC, Vicente Adriano.

Segundo Vicente Adriano, a estratégia de desenvolvimento agrário deve ir no sentido de facilitar o acesso dos camponeses aos meios de produção e produtividade e não apenas na primazia da agricultura comercial praticada pelos grandes investidores.

“A luta camponesa em defesa da terra e agricultura camponesa, que garanta a soberania alimentar e alimentação adequada, travada pela UNAC nos últimos 25 anos, nunca foi tão actual e imprescindível quanto arriscada para milhões e milhões de moçambicanos”, afirmou no encontro o oficial de advocacia e cooperação da UNAC.

Fonte:  Lusa (via Agroportal)