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Agrotec

Açores avançam para a certificação do bem-estar animal

O Secretário Regional da Agricultura e Florestas anunciou que os Açores já desencadearam os procedimentos tendo em vista avançar para a certificação do bem-estar animal, abrangendo toda a cadeira de produção, uma medida que se insere no âmbito da Estratégia de Valorização da Carne dos Açores.

Açores

«Face à nossa tradição, ao nosso potencial e à nossa boa reputação na produção de carne de qualidade, os Açores devem estar sempre muito atentos às necessidades do mercado e dos consumidores e procurar antecipar tendências. É o que estamos a fazer ao avançar com o processo de certificação do bem-estar animal desde o nascimento até ao abate do animal, uma marca distintiva e diferenciadora que pode ser muito útil a quem produz e a quem consome», referiu João Ponte.

Para o governante, esta certificação é também relevante em termos de sustentabilidade do setor, e contribui para comunicar de forma mais eficaz e evidenciar aquilo que de melhor a produção sabe fazer junto dos mercados e dos consumidores.

O Secretário Regional, que falava no âmbito das comemorações do Dia de Campo do Sócio do Núcleo de Criadores de Bovinos de Raças de Carne da Ilha Terceira, salientou que a Comissão Europeia está a equacionar opções de rotulagem de bem-estar animal para melhor transmitir informação a toda a cadeia alimentar, mas o Governo dos Açores entende que na Região se pode ir mais além e tomar a dianteira neste processo.

«Já contratualizamos, através de uma empresa de certificação e de referência mundial, a realização de um diagnóstico, que já está em curso, com visitas e auscultações aos diversos produtores, transportadores e matadouros nos Açores para identificar aspetos a melhorar em toda a cadeia», adiantou João Ponte, acrescentando que, apesar dos avanços registados nos últimos anos, na fileira da carne é sempre possível aperfeiçoar.

Para João Ponte, avançar com a certificação do bem-estar dos bovinos é fundamental «para perceber onde estamos, o que precisamos de melhorar e os passos que teremos que dar no futuro».

O Secretário Regional salientou que através da certificação do bem-estar animal pretende-se aumentar a capacidade competitiva das produções e com isso ajudar a ultrapassar os impactos da atual pandemia, assegurar o cumprimento de elevados padrões de qualidade e bem-estar definidos para a Região, melhorar a informação prestada ao consumidor sobre as garantias de bem-estar animal da carne que está a comprar, bem como aumentar a reputação da carne dos Açores.

Para João Ponte, o processo de certificação no âmbito do bem-estar animal vai também ao encontro da Estratégia de Valorização da Carne dos Açores, desenvolvida no âmbito do Centro de Estratégia Regional para a Carne dos Açores (CERCA) que, entre outros aspetos, aponta para a necessidade de uma maior aposta na qualidade, na valorização do bem-estar animal, na inovação, na diferenciação das produções, bem como no reforço da organização.

«A nossa boa reputação como produtores de alimentos seguros depende muito de continuarmos a produzir dentro de rígidos padrões de bem-estar animal. Devemos, a todo o custo, evitar casos de incumprimento, mesmo que isolados, correndo o risco de prejudicar a reputação de toda uma Região», afirmou João Ponte, acrescentando que importa tudo fazer para continuar a consolidar junto dos consumidores a excelência das produções açorianas, valorizando a imagem de natureza que lhe está associada.

João Ponte destacou ainda que na atual legislatura foi feita por parte do Governo dos Açores uma aposta muito forte no setor da carne, desde logo ao nível do investimento na rede regional de abate, com a construção dos novos matadouros do Faial e da Graciosa e as melhorias nos matadouros da Terceira e de São Miguel, mas também no POSEI foram tomadas medidas para melhorar o rendimento dos produtores, como sejam o reforço com ajudas regionais ao prémio ao abate, em quase quatro milhões de euros, a repartição do prémio em dois semestres e a isenção de rateios aos primeiros 10 animais por semestre.

«Se compararmos a atual legislatura com a anterior, verificamos que o número de abates cresceu 15% e a exportação aumentou 13% em termos médios», revelou o governante.

Novos apoios à agricultura nos Açores recebem candidaturas no valor de 1,6 milhões de euros

O Secretário Regional da Agricultura e Florestas revelou, ainda, que os novos programas de apoio ao investimento no setor agrícola PROAGRI e i9AGRI receberam candidaturas no valor de 1,6 milhões de euros.

«Este é um indicador que revela, por um lado, a importância destes programas para os agricultores e, por outro, a apetência que existe nos agricultores açorianos em apostar na modernização e na capacitação futura das explorações por forma a melhorar a sua eficiência», afirmou João Ponte.

Para o Secretário Regional, «a modernização e a inovação nas explorações agrícolas é o caminho certo, não só para aumentar a competitividade, mas também para responder aos desafios do presente e do futuro».

João Ponte destacou que tanto o PROAGRI como o i9AGRI foram desenhados em estreita articulação a Federação Agrícola dos Açores e os demais parceiros do setor e surgem na fase final do atual Quadro Comunitário, que regista já taxas de compromisso e de execução elevadas, permitindo aos agricultores continuar a fazer pequenos investimentos nas explorações, recorrendo a verbas regionais.

O governante falava no âmbito da inauguração do reservatório de água dos Biscoitos, com capacidade para 512 metros cúbicos, um investimento concretizado pela IROA, S.A. que vai beneficiar 82 explorações agrícolas, numa área com 404 hectares.

Quanto às infraestruturas agrícolas, designadamente caminhos, abastecimento de água e eletrificação de explorações, João Ponte adiantou que na atual legislatura o Governo dos Açores vai investir na ilha Terceira 3,4 milhões de euros, o que corresponde a mais 80% do que aquilo foi investido na anterior legislatura. 

Para o titular da pasta da Agricultura, este é um sinal inequívoco da aposta do Governo dos Açores em reforçar as infraestruturas agrícolas na ilha Terceira, contribuindo desta forma para melhorar as condições de trabalho dos agricultores, uma estratégia que tem que continuar a ser seguida porque, apesar do que já foi concretizado, ainda há muito por fazer neste domínio em toda a Região.