A importância de alguns nutrientes na qualidade da produção de maçã
A quantidade e qualidade da produção de maçã depende, em grande parte, de uma nutrição racional, completa e equilibrada. Para isso, é necessário saber quando, quanto e como aplicar a dose de cada nutriente, conforme as necessidades da planta, ao longo do ciclo vegetativo da mesma. Entre os vários factores, os que maior influência têm na qualidade do fruto são o calibre, a cor, o sabor e a boa conservação, que afectam notoriamente o preço final de venda.

Por: António Pedro Tavares Guerra, Engenheiro Técnico Agrário licenciado em Engenharia AgroPecuária
É importante determinar a quantidade mínima de nutrientes a aplicar num pomar, que deixam uma boa produção em quantidade e qualidade e com bons resultados económicos para o produtor. Para a determinação de uma recomendação de uma adubação adequada e equilibrada, é necessária uma avaliação da fertilidade do solo (análises de terra) e uma avaliação da fertilidade do pomar (análises foliares).
Entre os diferentes nutrientes, que influenciam o desenvolvimento vegetativo, a quantidade e a qualidade da maçã, vamos desenvolver neste artigo, a importância dos seguintes:
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Potássio, um elemento que actua no engrossamento dos frutos;
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Magnésio, indispensável à formação da clorofila;
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Boro, na germinação do pólen e desenvolvimento do tubo polínico;
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Zinco, no processo fotossintético e na indução da floração;
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Cálcio, na estruturação das células, logo na conservação e na sanidade da cultura.
Potássio
O potássio participa na síntese dos açúcares e proteínas, favorece a fotossíntese e diminui a transpiração. Favorece a coloração e a qualidade dos frutos. As necessidades anuais desta cultura em óxido de potássio (K2O) são da ordem das 100 a 150 kg por hectare.
A sintomatologia da carência manifesta-se com os seguintes sintomas:
Como e quando aplicar o potássio?
Durante o período do engrossamento intenso do fruto (engrossamento das células), com o objectivo de melhores calibres. Em caso de carência de potássio, realizar pulverizações foliares na Primavera, com sulfato de potássio com teor de 50% (1 kg por 100 litros de água). No entanto é preciso atender as aplicações maciças de potássio, que tem reflexos negativos na absorção do magnésio, no qual os nossos solos são, na generalidade, pobres neste nutriente. Também não podemos ignorar o antagonismo potássio-cálcio, que pode conduzir a uma insuficiência da nutrição em cálcio, que pode implicar numa má conservação da maçã, especialmente no frio.
Magnésio
O magnésio é essencial no processo da fotossíntese, na assimilação e transporte do fósforo, na síntese dos açúcares e na qualidade dos frutos.
A sintomatologia da carência manifesta-se com os seguintes sintomas:
• Atinge as folhas mais velhas com cloroses, seguidas de necroses na zona das internervuras, verificando-se a queda precoce das folhas.
As necessidades desta cultura em MgO são da ordem das 25 a 35 kg/hectare. O consumo de magnésio está ligado ao período do crescimento do fruto, que se situa entre Julho e Agosto.
Como e quando aplicar o magnésio?
Nos solos ácidos, realizar correcções calcárias com calcários magnesianos ou dolomíticos, nas doses recomendadas pelos laboratórios de análises de solo; Nos solos com baixos teores de magnésio, aplicar o magnésio sob a forma de sulfato de magnésio, no Outono ou no fim do Inverno (localizado e em profundidade), com doses na ordem dos 200 kg por hectare; Em caso de carência de magnésio, realizar pulverizações, após a queda das pétalas e até ao inicio de Julho, com sulfato de magnésio a 16% (2 kg por 100 litros de água em duas ou três aplicações) ou nitrato de magnésio (1 kg por 100 litros de água).
Continua
Nota: Artigo publicado originalmente na Agrotec 34
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