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Agrotec

A evolução das pragas que afetam o pinhão mediterrâneo

Grupo operacional dedicado ao estudo das pragas e doenças em pinheiro manso, reuniu hoje em sessão online mais de 180 participantes para conhecer o impacto destes agentes e das alterações climáticas na produção de pinha.

Pinhão Mediterrâneo

O Grupo Operacional + Pinhão, estuda desde 2018 as pragas e doenças mais relevantes em termos da perda de produtividade do pinhal manso, espécie que representa mais de 193 000 ha da floresta portuguesa e cuja valorização assenta na produção de pinhão mediterrâneo através de sistemas agro-florestais.

Numa plateia virtual constituída por investigadores, produtores e técnicos florestais, as conclusões são bastante motivadoras para este setor, que tem visto aumentar o investimento em novas áreas na última década, apesar dos possíveis constrangimentos da introdução de pragas e das alterações climáticas.

A principal praga exótica e ameaçadora do mercado nos últimos anos, o sugador das pinhas, tem visto os seus níveis populacionais decrescerem e os estudos incidem agora nos meios de monitorização e mitigação da sua presença.

Das pragas clássicas das pinhas de pinheiro manso, a lagarta da pinha poderá muito brevemente ter uma forma de monitorização e controlo das populações através de armadilhas específicas para captura destes insectos, diminuindo o dano que provocam e a perda de pinhão. Também o gorgulho da pinha tem tido uma redução em termos de presença, sem que se conheça ainda as razões que estão associadas a esta evolução benéfica para a produção.

Com tendência menos favorável, mas também com menor impacto em termos da pinha, tem-se verificado um aumento em número e diversidade dos fungos com efeitos nefastos no crescimento do pinheiro manso e consequentemente na sua produtividade.

Muitos destes fungos foram ainda recentemente identificados em Portugal, pelo que serão necessários mais anos de estudo para aprofundar o conhecimento sobre os mesmos e a pesquisa de meios de mitigação.

Não esquecendo que as alterações climáticas são determinantes em termos da presença e evolução das principais pragas e doenças, estas têm também um efeito no desenvolvimento do pinheiro manso, nomeadamente na sua floração e frutificação.

O aumento do número de dias com temperaturas muito elevadas pode ser determinante na mortalidade das pinhas que crescem no pinheiro ao longo de três anos até ao momento da colheita e a irregularidade sazonal da precipitação poderá ter consequências não só em termos da abundância e sobrevivência das flores e dos frutos, mas também em termos da sua dimensão para colheita.