Life Resilience alcança ótimos resultados em Portugal e Itália para evitar a Xylella
LIFE Resilience, um projeto cofinanciado pelo programa LIFE da União Europeia (UE), cujo principal objetivo é a prevenção da Xylella fastidiosa em explorações de alta densidade de oliveiras e amendoeiras, continua o seu trabalho para desenvolver variedades de azeitona que sejam o mais tolerantes possível à Xylella fastidiosa e outros patógenos.
O Instituto de Bioeconomia do Conselho Nacional de Pesquisa de Itália (CNR IBE) fez grandes progressos nos últimos meses, tendo realizado amostragem de solo para estudar a atividade microbiológica nos mesmos locais que foram coletados no primeiro ano.
Especificamente, os parceiros italianos trabalharam na dinâmica populacional de Philaenuss pumarius e Neophilae nuscampestris em olivais. Dois anos de dados recolhidos sobre a presença destes dois vetores nos olivais de Pisa, nas suas diferentes fases, levaram os investigadores a observar que estão mais presentes nas fases juvenis, enquanto os adultos desaparecem no verão e regressam no outono.
Além disso, a abundância de ninfas de Philaenuss pumarius tem sido observada em diferentes espécies de plantas herbáceas, plantadas para aumentar a biodiversidade do ambiente. Especificamente, Calendula officinalis e Phaceliathanacetifolia, que foram as que mais permaneceram ao redor da cultura e que são importantes hospedeiros para diferentes polinizadores, também são hospedeiros para o vetor. Por este motivo, salientaram que o seu papel como plantas úteis no olival deve ser melhor avaliado.
Outra das conclusões dos parceiros italianos após a avaliação da Beauveriabassiana, para controlar a presença de ninfas vetoras, é que sua eficácia não tem sido a esperada. Portanto, esperam poder reavaliar alterando a dosagem para tentar obter melhores resultados.
Ao mesmo tempo, foi realizado um estudo sobre o papel da espuma ninfal na proteção contra potenciais inimigos naturais, como aranhas e formigas. O resultado obtido mostra que quando a espuma estava presente era difícil para os predadores testados atacarem as ninfas, podendo ser difícil controlar os estágios ninfais dos vetores através de inimigos naturais. No entanto, mais estudos sobre este tema podem levar a novos insights.
Na busca contínua por inimigos naturais, também avaliaram a diversidade de predadores no solo (pitfalltraps) encontrando besouros terrestres (carabídeos, estafilinídeos e aranhas).
No que diz respeito ao aumento da biodiversidade do ambiente com ninhos e hotéis de insetos, os resultados fornecidos indicam que foram encontradas caixas colonizadas pela conhecida ave Parusmajor, que se alimenta de insetos.
Além disso, Salov fez grandes progressos graças à relação com o parque San Rossore (Itália), onde conseguiram plantar muitas variedades típicas da Toscana, como o oleandro (Neriumoleander L.). Com esta iniciativa, foi possível aumentar a biodiversidade do ambiente, das aves locais e a criação de corredores verdes na área.
Por sua vez, os pesquisadores da Nutriprado avançaram nos últimos meses em relação ao uso de coberturas vegetais contra a Xylella fastidiosa. Especificamente, os parceiros fizeram misturas vegetais de espécies (árvores e arbustos) nas fazendas de El Valenciano (Sevilha) e El Charqueirão (Portugal), cujos números de captura foram altamente influenciados pelo estado da cobertura vegetal.
Em Sevilha, a cobertura foi totalmente cortada e seca, o que inviabilizou a existência de qualquer artrópode, enquanto em Charqueirão, embora algumas plantas herbáceas já estivessem secas, tal favoreceu a existência de alguns insetos.
Ao mesmo tempo, os parceiros portugueses consideram importante aumentar os níveis de fauna auxiliar na parcela de cultivo para manter uma cobertura vegetal boa e eficaz, uma vez que o corte precoce provoca uma diminuição brusca do número de indivíduos em geral, mas, sobretudo, tudo, na fauna auxiliar que acaba por não ter abrigos que lhe permitam sobreviver.
Sobre LIFE Resilience
Projeto que visa encontrar práticas sustentáveis e produtivas para a prevenção de Xylella fastidiosa em plantações intensivas e de alta densidade de oliveiras e amendoeiras. Liderado pela empresa Galpagro, conta com a participação da Universidade de Córdoba, Comunicação Agroalimentar, GreenfieldbyAgrodrone, ASAJA Nacional, Nutriprado, SAHC-Sociedade Agrícola de Herdade do Charqueirao, S.A.; GruppoSalov e o Istituto per la Valorizzazione del Legno e delleSpecieArboree (IVALSA), pertencente ao ConsiglioNazionale Delle Ricerche de Itália.